O governo australiano está a ser alvo de críticas, depois de ter permitido que a cantora Rita Ora, nascida na Sérvia e com nacionalidade inglesa, passasse à frente dos cidadãos australianos para a realização da quarentena, noticia o The Guardian.
Atualmente, as chegadas à Austrália estão limitadas a cerca de 4.250 pessoas por semana, depois de os limites para Nova Gales do Sul, Queensland e Austrália Ocidental terem sido temporariamente reduzidos para metade como parte das medidas de resposta a novas variantes de covid-19.
Na sequência destas medidas, há cerca de 39 mil australianos registados no Departamento dos Negócios Estrangeiros e Comércio que terão intenção de regressar do estrangeiro e não podem fazê-lo.
A estrela pop chegou a um hotel de Sydney, na segunda-feira, para realizar as duas semanas de quarentena, para as gravações como “mentora” no programa “The Voice” do Canal Sete.
A porta-voz dos assuntos internos da oposição, Kristina Keneally - do Partido Trabalhista - afirmou que o lugar de Ora no hotel significava que a sua quarentena era à custa dos australianos que pretendem regressar a casa.
"É outro exemplo de Scott Morrison a deixar os australianos para trás", acusou Keneally, relembrando que há ainda “40 mil australianos encalhados no estrangeiro” e que “cada celebridade que ocupa um lugar em quarentena é um lugar negado a um australiano retido”.
Matt Damon e Miranda Kerr também terão recebido autorização para cumprir o isolamento, mas encontram-se em residências privadas para evitar o rigoroso regime de quarentena dos hotéis na Austrália, o que tem gerado reações negativas no país.
No entanto, Ora, que alegadamente viajou com uma comitiva, não se organizou para realizar o isolamento numa residência privada, o que significa que a sua quarentena contará para o restrito limite da Austrália nas chegadas internacionais.
[Notícia corrigida às 15:40]
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