Em declarações à televisão chinesa CCTV, o vice-ministro chinês da Ciência e Tecnologia, Xu Nanping, disse que foi ordenada uma investigação porque a experiência feita é ilegal e viola a ética.
Xu Nanping adiantou que todas as atividades relacionadas com a experiência científica foram suspensas.
À mesma televisão, o diretor-adjunto da Comissão Nacional de Saúde da China, Zeng Yixin, frisou que "os infratores" serão castigados.
A atuação das autoridades chinesas acontece um dia depois de o cientista, He Jiankui, ter anunciado "uma pausa" nas experiências, após críticas da comunidade científica chinesa e internacional e de a universidade onde trabalha ter anunciado a abertura de uma investigação ao caso.
Hoje, um grupo de 14 especialistas em manipulação genética defendeu que é demasiado cedo para se tentar fazer mudanças permanentes no material genético (ADN) que possam ser herdadas pelas gerações futuras.
Em comunicado, os peritos, que participaram esta semana numa conferência sobre genética em Hong Kong, China, consideram que é irresponsável realizar experiências em óvulos, espermatozoides ou embriões por ainda não se saber o suficiente sobre possíveis riscos.
He Jiankui disse esta semana que alterou o ADN de embriões que deram origem a duas gémeas que nasceram no início de novembro, para as tornar resistentes contra eventuais infeções pelo VIH.
O cientista chinês usou a técnica de edição genética CRISPR/Cas9 para modificar embriões durante os tratamentos de fertilidade de sete casais.
Todos os homens que participaram na experiência estavam infetados com o VIH, ao contrário das mulheres, e tiveram as suas infeções reprimidas por medicamentos padrão para o vírus da sida.
Os resultados da experiência não foram avaliados por pares nem publicados em revistas científicas.
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