Segundo a página da Soflusa, várias ligações vão continuar condicionadas e “sujeitas a confirmação” nos dias 11 e 12 de julho, “por falta de mestres”.
Em declarações à agência Lusa, a secretária-geral da empresa, Margarida Perez Perdigão, indicou que a adesão de 100% dos mestres à greve, durante os três dias, afetou “a mobilidade diária de 32 mil pessoas” que utilizam o transporte fluvial entre o Barreiro, no distrito de Setúbal, e o Terreiro do Paço, em Lisboa.
“O maior prejuízo que a Soflusa constata durante estes períodos [segunda a terça-feira] é o de não cumprir a sua missão de serviço público, a relação de confiança com os seus passageiros”, frisou.
A paragem das carreiras foi quase total, com exceção dos serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral (quatro carreiras), levando a empresa a reforçar a oferta no terminal do Seixal, no distrito de Setúbal, assim como estacionamento gratuito e transporte rodoviário desde o terminal do Barreiro até ao Seixal.
Na quinta-feira, a administração irá reunir-se com os sindicatos, sendo que, pelas 15:00, será discutido o processo negocial da Transtejo (que assegura e as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão a Lisboa) e, pelas 16:30, da Soflusa.
Em causa está o cumprimento do acordo estabelecido em 31 de maio com a administração e o Governo, de aumento do prémio de chefia, em cerca de 60 euros, que o sindicato diz ter sido “suspenso”, apesar de a Soflusa desmentir.
Para a administração, a maior expectativa é o “rápido estabelecimento da paz social e da reposição da normalidade na prestação do serviço público”, pelo que voltou a assegurar hoje “a viabilidade do acordo de 31 de maio, bem como a equidade entre todas as categorias profissionais das duas empresas” (Soflusa e Transtejo).
Na reunião será, assim, dada a garantia de cumprimento de aumento salarial, até porque, como frisou, “não tendo existido qualquer suspensão do acordo […] mantém-se as reuniões com todos os sindicatos representativos da Transtejo e Soflusa, para a sua efetivação”.
Esta manhã, Carlos Costa, do STFCMM, disse à Lusa que não havia “novidades” no processo negocial, nem previsão de novas paralisações, uma vez que a reunião só decorre na quinta-feira.
A Lusa tentou contactar o sindicalista, para perceber se teria havido alguma evolução durante a tarde, mas até ao momento não foi possível obter declarações.
Segundo o STFCMM, os três dias de greve registaram uma adesão total dos mestres, ou seja, 18 dos profissionais que se encontram no ativo (sendo que seis estão de baixa).
Além desta paralisação, os mestres encontram-se também em greve às horas extraordinárias desde 06 de julho, o que vai prolongar-se até 31 de dezembro, caso não haja evolução nas negociações.
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