No dia 07 de fevereiro, Mário Pereira, médico ortopedista do Sesaram e ex-deputado centrista na Assembleia Legislativa da Madeira, tomou posse como diretor clínico, depois de ter sido nomeado pelo Governo Regional de coligação PSD/CDS.

Esta nomeação gerou contestação de um conjunto de médicos do Sesaram que se reuniram na sede da Ordem destes profissionais de saúde, no Funchal, tendo a maioria optado por demitir-se das direções de serviço.

Hoje, os médicos, após nova reunião, “onde estiveram presentes 45 elementos, entre eles 29 diretores de serviço, decidiram exigir a demissão imediata do diretor clínico, recentemente nomeado”, disse o porta-voz do encontro, Eugénio Mendonça.

Numa declaração sem direito a perguntas, os médicos invocaram para esta exigência “todas as razões legais de partidarização dos órgãos técnicos, a falta de legitimidade para o cargo e o não reconhecimento pelos colegas” de Mário Pereira.

Os médicos dizem estar dispostos à “utilização de todos os mecanismos legais ao dispor para tornar efetivada esta reivindicação”.

Na mesma declaração apontam que esta decisão “inclui a denúncia individual da comissão de serviço a que estão vinculados todos os diretores de serviço signatários a realizar amanhã [terça-feira] no departamento de recursos humanos do Sesaram”.

“Mais informamos que, contrariamente ao que, de forma leviana e irresponsável, tem sido veiculado para a comunicação social, pelo atual diretor clínico, 24 diretores de serviços hospitalares, o que corresponde aproximadamente 70% dos mesmos, estão demissionários e têm o apoio firmado de 154 médicos do quadro hospitalar”, sublinham.

Estes clínicos contestatários consideram ainda que “este é o caminho desejado por todos para garantir o normal funcionamento do Serviço Regional de Saúde”.

Hoje, à margem de uma conferência, o secretário regional da Saúde da Madeira, Pedro Ramos, confrontado com a realização desta reunião, opinou que a situação seria resolvida “com diálogo, fazendo votos para que “prevalecesse o bom senso”.

A polémica sobre a nomeação do diretor clínico do Sesaram começou quando foi escolhida inicialmente a médica Filomena Gonçalves, indicada pelo CDS-PP.

Então, cerca de 90% dos diretores clínicos do Serviço Regional de Saúde contestaram esta decisão, opondo-se à alteração dos estatutos do Sesaram, segundo os quais a direção clínica deve ser assumida por um médico dos quadros. Aquela médica exercia a sua atividade no setor privado.

Na sequência destas revelações, Filomena Gonçalves manifestou-se indisponível para o cargo, considerando também ter sofrido uma "humilhação pública". A segunda escolha recaiu em Mário Pereira.

Este médico tomou posse no dia 07 de fevereiro e apelou para a “pacificação”, prometendo reunir-se com os diretores de serviço do Sesaram.

Contudo, os médicos contestatários mantêm a decisão de demitir-se, por considerarem existir uma partidarização da área clínica da saúde na região.

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