O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse que a renúncia hoje de Avigdor Lieberman marca o “reconhecimento da derrota e do fracasso em confrontar a resistência palestiniana”.
Abu Zuhri declarou que “a firmeza de Gaza gerou uma onda de choque político” em Israel.
Avigdor Lieberman anunciou hoje a sua renúncia do Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, por se opor ao acordo entre Israel e os grupos palestinianos, alcançado na terça-feira e mediado pelo Egito, sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O ministro demissionário ultranacionalista denunciou o cessar-fogo com os palestinianos aos meios de comunicação como uma “capitulação ao terrorismo”.
“O Estado está a comprar a calma a curto prazo, ao custo de sérios danos a longo prazo para a segurança nacional”, disse Lieberman.
As milícias palestinianas de Gaza, incluindo o movimento islamita Hamas, concordaram na terça-feira num cessar-fogo após o recrudescer de ataques desde domingo, com o lançamento em pouco mais de 24 horas de mais de 460 ‘rockets’ e 160 bombardeamentos israelitas sobre o enclave.
“Os esforços do Egito permitiram alcançar um cessar-fogo entre a resistência e o inimigo sionista, e a resistência vai respeitá-lo enquanto o inimigo sionista o respeite”, anunciaram os grupos num comunicado conjunto assinado pelo Centro de operações conjunto das fações palestinianas.
O Egito, com apoio das Nações Unidas, mediou intensamente para pôr termo à mais grave escalada de violência entre milícias palestinianas e Israel desde 2014, com um balanço de 16 mortos, onde se incluem 14 combatentes palestinianos, um militar israelita e um civil palestiniano em Israel.
A escalada iniciou-se com uma operação especial israelita no interior da Faixa de Gaza na noite de domingo, onde foram mortos sete milicianos palestinianos e o soldado israelita, seguida na tarde de segunda-feira pelo lançamento em massa de ‘rockets’, e que não cessaram durante 24 horas seguidas.
Por sua vez, as forças israelitas bombardearam dezenas de posições das milícias palestinianas, incluindo a Al-Aqsa, a estação televisiva do Hamas na Faixa de Gaza, que deixou de emitir após o ataque.
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