A influência da Maçonaria na I Guerra, as posições que adotou, as divergências surgidas e a "grave cisão" nas duas Obediências são abordadas, nesta obra, no contexto de uma fratura que à época também dividiu classes sociais, países e impérios.
António Ventura, doutorado em História Contemporânea e professor catedrático no Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, possui uma investigação extensa, em particular, da Maçonaria, da I República e da Grande Guerra 1914-18, destacando-se na sua bibliografia títulos como "As Constituintes de 1911 e a Maçonaria" e "Silêncio e Virtude - A Maçonaria Feminina em Portugal"..
Em "A Maçonaria Portuguesa e a Grande Guerra 1914-18", António Ventura revela quem era favorável, nesta organização, à participação no conflito, para assegurar a manutenção das colónias, e quem discordava desta atitude “guerrista”.
Esta dualidade de posições refletia a fratura que atravessava a sociedade portuguesa nos inícios da I República.
De acordo com o investigador, para os defensores da intervenção tardia no conflito, em particular no espaço europeu, esta surgia como uma "oportunidade" para uma afirmação do país na cena internacional, uma perspetiva que não era unânime.
Já em Angola e Moçambique, onde os confrontos com as forças alemãs se iniciaram pouco após o início do conflito mundial, verificava-se uma quase unanimidade.
As diferentes posições da Maçonaria e o seu impacto no decurso do conflito, a evocação do centenário de Gomes Freire de Andrade e uma referência aos maçons que perderam a vida na frente de batalha são abordadas, neste livro, acompanhado por fotos e documentos da época, menos divulgados.
"A Maçonaria Portuguesa e a Grande Guerra (1914-1918)" constitui o mais recente contributo de António Ventura para a investigação deste período da História de Portugal e da Europa.
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