A proibição em todo o território acontece “pela primeira vez no mundo”, segundo a televisão pública do país NOS.
“A organização Hells Angels é um perigo para a ordem pública”, argumentou o tribunal de Utrecht.
Os Hells Angels, conhecidos pelas suas motas Harley Davidson e roupa de couro, foram fundados nos Estados Unidos em 1948, mas têm filiais em cerca de 50 países, incluindo Portugal.
O grupo assume-se como “um clube à margem da lei”, referiu a sentença do tribunal, sublinhando que os seus membros fazem parte de uma organização que “viola a ordem pública” e que a sua proibição “é necessária para proteger a sociedade”.
“É um clube em que reina uma cultura de ilegalidade e em que a autoridade do Governo é ignorada”, consideraram os juízes, invocando a “violência grave” dos atos de que são acusados.
O tribunal faz ainda referência a uma série de incidentes associados aos Hells Angels, causados frequentemente por conflitos com grupos rivais.
O clube de motards esteve implicado em 2016 numa enorme zaragata no restaurante de um hotel de Roterdão com membros de um grupo rival, tendo sido disparados vários tiros.
Um café frequentado pelo gangue rival Bandidos também foi incendiado em 2015 na cidade de Kerkrade, a Sul do país.
Os Hells Angels são acusados, em vários países europeus, de promover a violência e de estarem implicados no crime organizado.
Na semana passada, as autoridades portuguesas detiveram 17 membros do clube, considerado como “uma ameaça à segurança nacional”.
Mais de 40 outros membros foram postos em prisão preventiva desde julho passado, acusados de tentativa de homicídio, extorsão, proxenetismo, tráfico de drogas e de armas.
A decisão do tribunal de Utrecht acontece depois de uma longa investigação do Ministério Público, que acusou o clube de ser uma organização criminosa.
A justiça holandesa já tinha proibido, em 2017, o gangue de motards Bandidos, clube rival dos Hells Angels, e, no ano passado, o clube Satudarah.
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