“Foi uma homenagem emocionante, uma reparação histórica porque durante muito tempo se fez a história desta batalha e da participação portuguesa [na Primeira Guerra Mundial] de acordo com a visão de outros e essa visão não era justa para Portugal, nem para os combatentes portugueses”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.
Para o chefe de Estado “finalmente se está a fazer a história do que se passou de facto, do sacrifício, da dedicação, da coragem” dos oficiais e dos soldados do Corpo Expedicionário Português que chegaram a França em janeiro de 1917 para combater ao lado dos aliados.
A Batalha de La Lys foi uma das mais mortíferas da história militar português, provocando mais de 7.000 vítimas entre mortos, feridos e prisioneiros.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda o facto de o Presidente francês ter estado nas cerimónias no cemitério militar português de Richebourg, no norte de França, referindo que foi particularmente emocionante estar ali com Emmanuel Macron, uma presença “intensa, vivida e longa, sacrificando um programa que tinha em Paris”.
Referindo que muitos não conhecem a história da batalha, o chefe de Estado considerou ainda que é preciso recuperar essa memória, apagada também pela ditadura.
“Fez parte da lógica da ditadura apagar a história da Grande Guerra uma vez que ela nasceu largamente de um movimento militar crítico com a situação vivida em Portugal e que não guardou uma boa memoria da Grande Guerra e, por isso, em décadas essa memória não foi devidamente prestigiada respeitada e até mesmo contada”, considerou.
Nesse sentido, Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar que possa ser possível, em novembro, quando se celebra o fim da Primeira Guerra Mundial, “recuperar-se uma tradição que é a homenagem junto do monumento dos heróis da Grande Guerra na Avenida da Liberdade [em Lisboa], com uma grande homenagem militar”.
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