Joshua Wong, uma das caras mais conhecidas dos protestos pró-democracia em Hong Kong, foi condenado a 13 meses e meio de prisão, e Agnes Chow e Ivan Lam a 10 e a sete meses, respetivamente.
Antes de ser escoltado para fora do tribunal, Wong gritou aos apoiantes: “Sei que o caminho pela frente é difícil, mas vou aguentar-me”, com a multidão a gritar de volta palavras de apoio, descreveu a emissora pública de Hong Kong, a RTHK.
“Os arguidos apelaram aos manifestantes para sitiarem a sede [da Polícia de Hong Kong] e entoaram ‘slogans’ anti-polícia”, disse a juíza Wong Sze-lai. “A detenção imediata é a opção mais apropriada”, defendeu.
Agnes Chow explodiu em lágrimas ao ser condenada, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Apesar da sua juventude, Wong, que iniciou o seu ativismo político aos 13 anos de idade, já passou algum tempo atrás das grades. Tem sido descrito por vários ‘media’ como uma das pessoas mais influentes do mundo, encarnando a opinião internacional sobre a resistência a Pequim na antiga colónia britânica.
Wong, de 24 anos, declarou-se culpado de organizar a manifestação e de incitar outros a juntarem-se. Chow, de 23 anos, também admitiu ter participado e incitado pessoas a juntarem-se à manifestação. Lam, de 26 anos, confessou-se culpado da acusação de incitamento.
A admissão de culpa dos três permitiu que a sentença fosse reduzida, face aos três anos de pena que arriscavam.
Os advogados dos três antigos líderes do agora dissolvido partido Demosisto tinham apelado a penas mais brandas, exortando o magistrado Wong Sze-lai a ter em conta a juventude do trio, o facto de Chow ter um registo sem mácula, e de nenhum deles ter participado em qualquer ato de violência durante o protesto.
Wong e Lam já tinham sido presos no passado após condenações relacionadas com o seu ativismo, ao contrário de Chow, que em agosto chegou a ser detida, ao abrigo da lei de segurança nacional, mas sem que tenha sido deduzida qualquer acusação.
Milhares de pessoas cercaram o edifício em Wan Chai a 21 de junho do ano passado, exigindo a retirada da lei de extradição do Governo, reformas democráticas e que a polícia deixasse de descrever os protestos no início do movimento como motins.
A multidão bloqueou entradas, com alguns manifestantes a vandalizarem muros e a destruírem câmaras de vigilância, mas sem que tenham existido confrontos graves com a polícia, algo que foi frequente nos protestos de 2019, que levaram milhões de pessoas para as ruas.
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