“A Unidade de Cuidados Intensivos de Abrantes atingiu hoje o limite da sua capacidade, estando 10 das 12 camas ocupadas com doentes com gripe A”, indicou a mesma fonte, acrescentando que “todos eles estão ventilados” por “insuficiência respiratória grave”.
A média de idades dos doentes em cuidados intensivos é de 55 anos, tendo os pacientes internados entre 42 e 72 anos, informou à Lusa a ULS Médio Tejo.
Ainda de acordo com a ULS Médio Tejo, existe uma “grande pressão” no serviço de urgência, embora à maioria dos pacientes tenha sido atribuída pulseira verde, ou seja, são doentes não urgentes.
“Os tempos de espera para estes doentes não urgentes vão aumentar muito significativamente porque não configuram verdadeiramente casos de assistência hospitalar e há casos muito urgentes a necessitar de assistência inadiável”, segundo a ULS Médio Tejo.
Apesar da pressão na atividade assistencial, “os tempos de espera estão, neste momento, controlados”, referiu a fonte da unidade.
Ao final da manhã, o tempo médio de espera em Abrantes para doentes muito urgentes (laranja) era de 33 minutos e de uma hora e 25 minutos para os doentes urgentes (amarelos).
Para os doentes não urgentes (verdes e azuis) não existia indicação de tempo de espera, mas pode variar entre as sete e as 12 horas, indicou a ULS Médio Tejo. Os doentes emergentes têm entrada imediata.
O Centro Hospitalar do Médio Tejo tem cinco serviços de urgência: duas urgências básicas em Tomar e Torres Novas(onde os tempos de espera eram ligeiramente menores que em Abrantes), a urgência pediátrica em Torres Novas e a maternidade e Unidade Médico Cirúrgica em Abrantes.
A triagem de Manchester, que permite avaliar o risco clínico do utente e atribuir um grau de prioridade, inclui cinco níveis: emergente (pulseira vermelha), muito urgente (laranja), urgente (amarelo), pouco urgente (verde) e não urgente (azul).
Nos casos de pulseira amarela, o primeiro atendimento não deve demorar mais de 60 minutos e, no caso da pulseira verde, a recomendação é que não vá além de 120 minutos (duas horas).
Com uma “média de 600 atendimentos diários” na última semana de 2023 nas urgências das três unidades hospitalares, dos quais 150 em pediatria, o diretor clínico da ULS Médio Tejo, Carlos Lousada, disse à Lusa que a unidade está “ao nível das urgências dos hospitais centrais na atividade assistencial”, sendo “80% dos atendimentos dos serviços de Urgência por doença respiratória”.
Face ao panorama e à procura assistencial, a ULS Médio Tejo decidiu “reforçar equipas e camas de internamento”, no âmbito do plano de contingência da gripe, “para dar resposta ao pico de procura e para fazer face às próximas semanas”.
O centro hospitalar prevê que a atual situação se prolongue “até ao final de janeiro, com o pico na segunda quinzena de janeiro”, devido aos “grandes convívios sociais” da quadra festiva do Natal e ano novo.
O diretor Clínico do Centro Hospitalar Médio Tejo apelou à população para que siga as recomendações da Direção Geral da Saúde para as temperaturas frias e utilize a Linha Saúde 24 (808242424) antes de recorrer aos serviços de urgência.
“Não venham para as urgências com sintomas ligeiros”, pediu Carlos Lousada, salientando que “quem tiver de recorrer às urgências deve usar sempre a máscara”.
A ULS Médio Tejo passou a agregar desde segunda-feira o Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, assegurando a prestação dos cuidados de saúde nos concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha (todos do distrito de Santarém) e Vila de Rei (distrito de Castelo Branco).
Com população residente na área geográfica de abrangência de cerca 170 mil pessoas (169.274 pessoas), a ULS tem 2.780 profissionais e dispõe de três unidades hospitalares (localizadas em Abrantes, Tomar e Torres Novas) e dos serviços de cuidados de saúde primários até aqui assegurados pelo ACES Médio Tejo e pelo Centro de Saúde de Vila de Rei.
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