A aplicação móvel, intitulada ‘My São João’, requer apenas o número de utente para o doente, com registo hospitalar, ficar com os seus dados sincronizados e aceder ao histórico clínico e consultas agendadas.
De acordo com Nelson Pereira, diretor da Unidade Autónoma de Gestão (UAG) de Urgência e Medicina Interna, no serviço de urgências a aplicação vai permitir “reduzir o tempo” de espera e de permanência no serviço.
Sem aguardar em filas ou se deslocar aos serviços administrativos, o utente consegue com a aplicação inscrever-se no serviço de urgência, o que permite “antecipar” a triagem e o tratamento.
“Ao mesmo tempo que se inscreve, o doente pode designar um acompanhante”, acrescentou o médico, esclarecendo que para tal, basta adicionar o nome e contacto do acompanhante na aplicação.
Já no hospital e com a aplicação aberta, o utente desloca-se a uma máquina para, com a câmara do seu telemóvel, ler um QRCode [código digital] que gera uma senha, posteriormente monitorizada pelos serviços.
Depois da admissão, ao acompanhante é enviado um ‘link’ para fazer o ‘download’ da aplicação, sendo que a partir desse momento recebe notificações do que acontece ao doente.
“Sabe se a pessoa foi triada, com que cor foi triada, em que sala do serviço está, se está a aguardar exames, se o médico já observou, se já teve alta ou se vai ser internada”, esclareceu o médico.
Para Nelson Pereira a aplicação permitirá “aumentar acesso, facilidade de interação, garantindo menos tempo e mais fluidez no serviço de urgência”.
Neste momento, a aplicação permite apenas a admissão em casos de doença, estando o hospital a prever “trabalhar noutros subprocessos” como casos provenientes de acidentes.
“Existem circunstâncias que obrigam a processos administrativos adicionais, no caso de acidente, por exemplo, é preciso tipificar a tipologia dos acidentes e quem são as entidades seguradoras. São subprocessos que vamos ter de trabalhar ao longo do tempo”, disse Nelson Pereira.
Para aqueles com dificuldades em aceder a meios tecnológicos, o hospital a “desenvolver outros padrões de acesso” ao serviço de urgência, nomeadamente, através da utilização do cartão de cidadão, que “em breve estará disponível”.
Segundo Xavier Barreto, administrador do Centro de Ambulatório daquela unidade hospitalar, no serviço de consultas, a aplicação “desmaterializa uma série de operações que o doente fazia de forma presencial ao balcão”.
Sempre que é marcada uma consulta ou vídeo consulta, a aplicação notifica o utente e o mesmo pode adicioná-la ao calendário do telemóvel, de modo a prevenir o esquecimento.
“Muitos dos contactos e telefonemas que recebemos dos doentes são para saber quando é a consulta, para quando está marcada e através da aplicação passa a ter essa informação disponível a todo o momento no telemóvel”, salientou Xavier Barreto.
No dia da consulta, caso seja presencial, ao entrar no hospital, o utente pode fazer a admissão da consulta através de uma “senha virtual”.
“A senha que até agora era dada em papel passa a ser virtual, um código no telemóvel e é com esse código que o utente é chamado através dos balcões diretamente para a nossa consulta”, esclareceu o médico.
Tanto no serviço de consultas, como no serviço de urgência, após a sua saída, o utente recebe na aplicação a declaração de presença e pode, através da mesma, pedir a referência de multibanco para o pagamento das taxas moderadoras.
Através da aplicação é ainda possível reagendar uma nova data para a consulta, caso a outrora agendada não seja conveniente ao utente.
O próximo objetivo do hospital de São João passa por, num projeto-piloto, estudar a possibilidade de disponibilizar as agendas dos profissionais de saúde para tornar o agendamento de consultas possível.
Pensada para “aproximar os utentes”, a aplicação, desenvolvida em parceira com a Seamlink, ultrapassou “mais de 4.000 ‘downloads'”, revelou Maria João Carmo, diretora do serviço de Tecnologias da Informação e comunicação (TIC).
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