“O PSD/Madeira é, aliás, o principal interessado no apuramento da verdade e, não tendo nada a temer, já requereu através do seu grupo parlamentar, a constituição de uma Comissão de Inquérito Parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira”, afirmam os sociais-democratas num comunicado emitido na região, assinado pelo secretário-geral insular, José Prada.
No mesmo documento, os deputados do PSD da Madeira “lamentam o aproveitamento político a que, mais uma vez, se assiste, numa situação a esclarecer nos locais próprios e pelas entidades competentes e não por aqueles que têm vindo a denegrir, de forma compulsiva e continuada, a saúde regional, apenas e só, em nome do interesse partidário e da usurpação do poder”.
Em causa está uma reportagem transmitida na terça-feira pela TVI, no âmbito do programa da jornalista Alexandra Borges, que concluiu que o Hospital do Funchal encaminha pacientes para fazer exames de medicina nuclear numa clínica privada, enquanto a sua própria unidade de medicina nuclear, inaugurada em 2013, está "praticamente parada".
Os sociais-democratas insulares consideram que “o interesse partidário do PS/Madeira ficou mais uma vez expresso nas declarações proferidas e centradas nas demissões que defendem”.
Na sequência deste caso, o PS da Madeira defendeu a demissão do secretário da Saúde da região, Pedro Ramos, e do conselho de administração do Serviço de Saúde da Madeira (SESARAM).
O PSD regional assegura que “não se demite nem foge às suas responsabilidades”, numa postura que contraria a atuação dos socialistas, “que encontram, neste caso, uma tentativa falhada de camuflar as cativações, as falhas recorrentes, a quebra de 14% ao nível do investimento da República no Serviço Nacional de Saúde, face a 2015”.
Também realçam “o estado deplorável em que se encontra a saúde, a nível nacional”.
Censurando a “vitimização habitual” do PS da Madeira que “nada acrescenta nem nada resolve”, o PSD regional considera ser mais importante “apurar as responsabilidades e assegurar que a verdade venha ao de cima, a bem do Serviço Regional de Saúde, dos seus utentes e de todos os seus profissionais”.
No mesmo esclarecimento, os deputados do PSD madeirenses afirmam que, neste caso, “a investigação será global e transversal a todos os envolvidos, dentro e fora da instituição, ao contrário do que demagogicamente foi veiculado” pelos socialistas do arquipélago.
Ainda explicam que este caso tem subjacente “uma parceria que remonta ao ano de 2009” e que, de acordo com as explicações veiculadas pelo secretário da Saúde da Madeira, “foi assumida, na altura, enquanto solução a uma necessidade para a qual o SESARAM não tinha capacidade de resposta”.
“Face aos 116.438 tratamentos que foram prestados a 4.558 doentes oncológicos, neste período”, o PSD/Madeira considera que “esta resposta foi positiva, eficaz e, inclusive, a mais barata”.
Na opinião do PSD da região, “esta parceria público-privada, regulamentada e devidamente tabelada nos seus preços, deriva da necessidade de o SESARAM encontrar, no privado, as respostas inexistentes no serviço público, colocando, acima de qualquer outro interesse, as necessidades dos utentes, numa prática recorrente a nível nacional”.
Os sociais-democratas do arquipélago indicam que “o Serviço Nacional de Saúde aumentou, entre 2015 e 2017, o recurso ao setor privado e as verbas então despendidas, sem que tal tenha sido alguma vez questionado”.
Concluem referindo os crescimentos nos vales cirurgias (+12,2%) e na atividade cirúrgica (+15%).
Por seu turno, em conferência de imprensa, o secretário regional da Saúde informou que o Governo da Madeira vai atuar judicialmente contra a TVI.
Comentários