Este hospital, que serve uma população estimada em cerca de 350 mil habitantes dos concelhos de Almada e Seixal, no distrito de Setúbal, tem atualmente 50 doentes internados infetados com SARS-COv2, dos quais 45 em enfermaria, três em Unidades de Cuidados Intensivos e dois em hospitalização domiciliária.
De acordo com dados do gabinete de comunicação do Hospital Garcia de Orta (HGO), a partir da terceira semana de novembro a unidade hospitalar verificou uma tendência crescente de internamento de doentes covid-19, tendo o ritmo desse crescimento acentuado a partir dos últimos dias de 2021.
A taxa de ocupação atual (unidades de adultos) no HGO é de 95,5% estando as enfermarias de Medicina Interna totalmente ocupadas (100%), pelo que foi ativada mais uma fase do Plano de Contingência, módulo outono/inverno 2021/2022.
Em resposta a questões da agência Lusa sobre o impacto da evolução da pandemia na gestão da unidade hospitalar, o gabinete de comunicação do HGO explicou que, “de modo a dar resposta aos doentes `covid´ e doentes `não covid´, o Hospital Garcia de Orta tem vindo a realizar ajustes, com o objetivo de dar seguimento às necessidades dos utentes que recorrem a esta unidade hospitalar”.
No que respeita à resposta aos "doentes covid", acrescentou, o HGO aumentou a lotação e, no momento, tem duas enfermarias dedicadas de adultos, além de áreas dedicadas a “doentes covid” em Medicina Intensiva, Pediatria e Obstetrícia.
No que respeita a continuidade da prestação de cuidados a doentes “não covid”, o aumento de internamentos motivou a ativação de mais uma fase do plano de contingência, com o reajuste de serviços cirúrgicos e a conversão de camas cirúrgicas em camas médicas ("não covid").
“É importante realçar que a conversão de camas cirúrgicas, em camas médicas visa responder a um acréscimo de doentes da área médica, com critérios de internamento”, salientou.
As medidas adotadas, acrescentou o HGO, implicam adaptar a atividade dos profissionais às necessidades existentes, para que seja assegurado a todos os utentes a resposta clínica adequada.
Questionado se há um aumento de afluência de doentes não urgentes às urgências, o hospital explicou que tem vindo a registar um maior número de doentes nas urgências e, em simultâneo, um número maior de doentes não urgentes.
Nesta afluência às urgências, explicou o gabinete, o hospital constata a existência de utentes que se dirigem ao Serviço de Urgência Geral (SUG) do HGO, sem critérios de urgência, encaminhados pela linha SNS24, e que poderiam ser observados nas Áreas Dedicadas aos Doentes Respiratórios (ADR) das unidades de cuidados de saúde primários (ADR-C).
Ainda segundo o mesmo gabinete, o hospital tem recebido utentes que chegam pelos seus próprios meios e não reúnem critérios de observação em serviço de urgência, sendo doentes triados, de acordo com o protocolo de Triagem de Manchester, como pouco urgentes (verdes) e não urgentes (azuis) e que poderiam ser acompanhados nas unidades de cuidados de saúde primários.
Às urgências têm ainda chegado outros utentes para realizarem teste à infeção por SARS-COV2 por terem recebido informação da linha SNS24 que poderão realizar o teste, entre outras instituições, também no HGO, dado que o hospital funciona 24 horas por dia.
Mas, devido à elevada afluência ao Serviço de Urgência Geral nos últimos dias, referenciados pela linha SNS24, o HGO tem vindo a reencaminhar os utentes sem caráter de urgência para as Áreas Dedicadas para Doentes Respiratórios (ADR-C) e a encaminhar os utentes que procuram realizar teste covid-19 para os Postos de Colheita destinados para o efeito.
“O HGO alerta recorrentemente à população que, em caso de doença, os cidadãos devem contactar primeiro as equipas de família da unidade de saúde dos cuidados de saúde primários, reservando as situações agudas, urgentes e emergentes para o atendimento no SUG do HGO”, adiantou o hospital numa resposta enviada à agência Lusa.
A covid-19 provocou 5.494.101 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.161 pessoas e foram contabilizados 1.693.398 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.
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