“A área afetada é, para o parque, uma área muito sensível e, obviamente, tem prejuízos (…). A recuperação irá iniciar-se agora. Os trabalhos técnicos de levantamento, de maior severidade, são prioridade do instituto e é um trabalho que já se começou”, assumiu.
Elmano Silva falava na última conferência de imprensa organizada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), na Junta de Freguesia de Valhelhas, Guarda, tendo em conta que o incêndio “está em trabalho de vigilância e consolidação” de ‘pontos quentes’.
O incêndio deflagrou na madrugada do dia 06 de agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, e as chamas estenderam-se depois ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira.
A proteção civil deu-o como dominado pelas 23:36 desta sexta-feira e, hoje apontou que “poderá ser declarado como completamente extinto” em “mais um ou dois dias”.
Elmano Silva explicou aos jornalistas que “a primeira medida que se faz de recuperação é mesmo deixar as espécies e a área afetada recuperar por si próprias”, mas, acrescentou que “o conhecimento técnico permite também acelerar essa recuperação”.
“E é nisso que o instituto irá focar toda a sua atenção para essa recuperação”, apontou este responsável, que adiantou que “a prioridade máxima” é a “da severidade dos solos que é a base de toda a sustentação do ecossistema”.
“Em relação à água, é sempre uma perturbação que é colocada neste processo, mas também há medidas de mitigação que, tecnicamente, estão pensadas para, envolvendo o solo, canalizar e ajudar neste processo de recuperação do ecossistema que irá ocorrer nas próximas semanas”, reconheceu.
Presente na conferência de imprensa conjunta, o vice-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, José Serra dos Reis, disse que o Parque Natural “não está risco, como também não está em risco o geoparque” situado no concelho.
“O parque continua com uma área muito significativa para ser ‘vendido’ como marca turística. Houve, de facto, uma área afetada, mas nós iremos trabalhar e deixá-la melhorada. Há espécies que demoram algum tempo a repor, mas há técnicas e fórmulas de requalificar na reabilitação das áreas ardidas”, assumiu.
José Serra dos Reis contou ainda que “foram referenciadas 67 ocorrências” de incêndio no concelho da Covilhã, o que faz com que seja “o ano de mais ocorrências”
“Também não é nada normal”, no mesmo sítio, em Vila do Carvalho, “terem acontecido sete ocorrências”, referiu ainda.
“Depreendo, atendendo ao número de ocorrências no mesmo local, que alguém está a fazer mal deliberado, ou por doença, enfim, tudo poderá acontecer. Mas estamos a investigar e as forças policiais, a quem compete fazer este trabalho, estão já a trabalhar no terreno”, o autarca referindo-se à GNR e Polícia Judiciária.
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