“Porque sabemos que este não é um problema exclusivamente da Igreja, nem é especialmente nela que ele se encontra, embora consideremos que é duplamente grave que nela se verifique, estamos abertos para colaborar com todas as instituições públicas ou privadas para erradicar este mal que destrói vidas desde a infância”, afirmou José Ornelas na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
Neste processo, “não interessa saber quem é mais importante ou quem tira mais vantagens”, adiantou ainda o presidente da CEP, para quem o mais relevante é juntar “esforços para evitar que estas situações se repitam e para ir ao encontro de quem, apesar de tudo, possa sofrer tais injustas e devastadoras agressões”.
José Ornelas está a ser ouvido na comissão parlamentar na sequência de requerimentos do Chega e do PS sobre as recomendações do relatório final da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, coordenada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht.
Esta comissão validou 512 dos 564 testemunhos recebidos, apontando, por extrapolação, para um número mínimo de vítimas da ordem das 4.815.
Vinte e cinco casos foram reportados ao Ministério Público, que deram origem à abertura de 15 inquéritos, dos quais nove foram já arquivados, permanecendo seis em investigação.
Estes testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, período abrangido pelo trabalho da comissão.
Já em 26 de abril, foi apresentado o novo grupo de acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal, denominado Grupo VITA, liderado pela psicóloga Rute Agulhas.
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