“Entendo que Miguel Albuquerque deveria permitir uma solução de transição para afastar qualquer nuvem que possa existir relativamente aos próximos tempos enquanto não formos a eleições”, afirmou.
Rui Rocha falava aos jornalistas em Lisboa, à margem da entrega da lista de candidatos a deputados por aquele círculo eleitoral.
“Nós, mesmo a nível nacional, estamos a completar um ciclo até 10 de março em que tivemos um primeiro-ministro demissionário quase quatro meses, e vimos como esse primeiro-ministro demissionário não se coibiu de promover até ao limite ações de campanha, como não se coibiu de tentar pressionar a Justiça”, disse.
O líder da IL considerou ser “desejável que, quando há este tipo de circunstâncias, que as pessoas possam afastar-se, porque isso faz parte da tal dignidade no exercício das funções e faz parte da recuperação da credibilidade das instituições”.
Rui Rocha defendeu que “a melhor forma de resolver este problema na Madeira” é a dissolução da Assembleia Legislativa Regional e a marcação de novas eleições, o que só poderá acontecer a partir de 24 de março, quando passarem seis meses depois da última eleição.
O dirigente liberal recusou-se a fazer o “julgamento sobre se Miguel Albuquerque é culpado ou inocente”, mas salientou que “os responsáveis políticos têm de assumir as suas responsabilidades”.
“Perante uma situação desta natureza, eu creio que os responsáveis políticos têm mesmo essa obrigação de preservar as instituições”, continuou.
Afirmando que “o tempo político não deve fazer julgamentos na praça pública, mas deve assegurar as condições de responsabilidade e de credibilidade das instituições”, o liberal considerou que “o país precisa muito de dizer aos portugueses que as instituições são credíveis ou podem ser recuperadas, e os responsáveis políticos têm uma enorme responsabilidade em promover e recuperar essa credibilidade”.
Miguel Albuquerque anunciou que ia abandonar a presidência do executivo na sexta-feira, dois dias depois de ter sido constituído arguido num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de Direito, entre outros crimes.
Hoje, o Conselho Regional do PSD/Madeira escolhe o nome a propor para liderar o executivo madeirense.
Sobre as eleições legislativas de 10 de março, o líder da IL disse que o objetivo é “crescer nas próximas eleições mais de 50% relativamente às eleições de 2022” e também pôr “o país a crescer”.
“Cá estaremos para avaliar os cenários” se não conseguirem atingir o objetivo, disse.
Rui Rocha destacou que as listas da IL contam “com excelentes candidatos, com excelentes cabeças de lista, com independentes e membros do partido com uma enorme vontade de contribuir para o desenvolvimento do país, para desafiar Portugal”.
O presidente da IL apontou para “os próximos dias” a apresentação do programa eleitoral para as legislativas.
Rui Rocha, que encabeça a lista da IL por Braga entregou a lista acompanhado por dirigentes do partido, como o ex-líder João Cotrim de Figueiredo (candidato pelo círculo da Europa), Mariana Leitão (número dois da lista por Lisboa) e o líder parlamentar e número três da lista, Rodrigo Saraiva, mas o cabeça de lista, Bernardo Blanco, não esteve presente.
Questionado sobre a ausência do deputado e candidato, o presidente da IL disse que “está neste momento envolvido em temas muito urgentes”.
“Não há nenhuma questão relacionada com isso. O Bernardo está pronto para as lutas da IL e estará já nas próximas horas a fazê-lo outra vez”, acrescentou.
Nas últimas eleições legislativas, em 2022, a IL conseguiu 273.399 votos (4,91%) e elegeu oito deputados.
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