“Obviamente que estive a acompanhar [a evolução do incêndio], até cerca das 04:30 da manhã, o que se estava a passar, e em contacto com o senhor presidente da Câmara Municipal de Cascais”, afirmou António Costa.
Em declarações aos jornalistas, no concelho da Golegã, distrito de Santarém, António Costa fez questão de deixar a Carlos Carreiras “um abraço de solidariedade e apreço pela forma, aliás, muito serena como soube exercer as suas funções de responsável municipal da Proteção Civil e pela forma como se articulou muito bem com o Comando Distrital das Operações de Socorro”.
O primeiro-ministro quis ainda dar “um grande abraço a todas as mulheres e homens que durante toda a noite tiveram um combate muito difícil, e naturalmente às populações, que se sentiram particularmente ameaçadas, perante um fogo que, durante duas horas, e com um vento de grande intensidade, foi uma ameaça efetiva, não só à segurança das suas habitações como à segurança das pessoas”, salientou.
O chefe de Governo destacou também que “felizmente foi possível travar este combate com sucesso sem que haja danos pessoais significativos, sem que tenha havido qualquer habitação atingida”.
“Até ao momento, pelo menos, do levantamento que está a ser feito, há só anexos ou apoios que foram atingidos, mas não há nenhuma habitação que tenha sido atingida. E com a intervenção logo de manhã dos meios aéreos, foi possível que o incêndio ficasse dominado” 12 horas depois de ter deflagrado.
Na altura, o primeiro-ministro foi também questionado sobre se teria ficado incomodado pelo facto de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se ter deslocado aos Paços do Concelho de Sintra no sábado à noite, mas Costa foi taxativo: “Não houve incómodo nenhum”.
O governante destacou que Marcelo Rebelo de Sousa esteve “sempre em contacto” consigo e com o ministro da Administração Interna, e que “houve uma atuação muito articulada, entre o Presidente da República, Governo, Câmara Municipal de Cascais, também Câmara Municipal de Sintra”, embora em Sintra “não tenha havido propriamente incêndio”.
“Iniciou-se aí, mas seguiu logo, por força do vento, em direção ao concelho de Cascais, e é isso que é normal, é que haja articulação saudável entre todos, porque para dramas já basta a realidade do incêndio, não vale a pena complicarmos mais”, rematou.
O incêndio que deflagrou no sábado na serra de Sintra e que se alastrou a Cascais, no distrito de Lisboa, foi dado como dominado cerca de 12 horas depois de ter deflagrado na zona da Peninha, num combate às chamas muito dificultado pelos ventos, que chegaram a ter rajadas de 100 quilómetros por hora.
Em declarações à agência Lusa, o comandante Paulo Santos, oficial de operações da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), adiantou que o fogo foi dominado cerca das 10:45 de hoje, permanecendo no local mais de 700 operacionais, apoiados por 225 veículos e sete meios aéreos.
O incêndio obrigou à retirada de 300 pessoas do parque de campismo de Cascais e de 47 de várias localidades em toda a área do incêndio, como Biscaia, Figueira do Guincho, Almoínhas, segundo o comandante distrital de Lisboa da ANPC, André Fernandes.
Dezoito pessoas ficaram feridas ligeiramente, nove dos quais eram bombeiros, que foram “assistidos no local e que já regressaram ao teatro de operações”, disse André Fernandes às 09:00 de hoje num ‘briefing’ da Proteção Civil.
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