Com equipamento de vigilância (radar e ‘multi lateration’) e de comunicações Terra/Ar, as instalações da NAV no lugar do Alto da Foia, serra de Monchique, “foram afetadas pelos incêndios pelo facto de terem sido sujeitas a cortes de energia”, segundo disse fonte oficial à agência Lusa.
No entanto, “não se refletiram na prestação do serviço de navegação aérea, porque a estação está equipada com sistemas UPS (fonte de alimentação ininterrupta, do inglês ‘uninterruptible power supply’) e grupos de emergência que arrancam automaticamente aquando da falha da energia de rede”.
Equipas de manutenção da NAV estão atualmente na estação, “juntamente com a PT, para avaliação de possíveis danos não identificáveis remotamente”, acrescentou a mesma fonte.
Anteriormente, o Eurocontrol, o organismo europeu de segurança na navegação aérea, informou à Lusa que o fumo causado por incêndios em Portugal tem causado “atrasos” em voos.
O organismo referiu que, de acordo com os registos no ATFCM (Air Traffic Flow and Capacity Management – Gestão de Capacidade e Fluxo de Tráfego Aéreo), verificaram-se “atrasos resultantes do fumo causado pelos fogos em Portugal”.
Com o grande aumento da temperatura entre quinta-feira e domingo, o país registou centenas de incêndios, destacando-se o fogo que lavra desde sexta-feira na região algarvia de Monchique.
O incêndio rural, que está a ser combatido por mais de mil operacionais, deflagrou no distrito de Faro, e estendeu-se ao concelho vizinho de Silves, depois de ter afetado, com menor impacto, os municípios de Portimão (no mesmo distrito) e de Odemira (distrito de Beja).
Segundo um balanço feito hoje de manhã, há 36 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa), e 299 pessoas estão deslocadas e distribuídas por centros de apoio, depois da evacuação de várias localidades.
Outras nove pessoas acamadas estão dispersas por unidades de saúde.
De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas já consumiram 23.478 hectares. Em 2003, um grande incêndio destruiu cerca de 41 mil hectares nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.
Comentários