Manuel Caldeira Cabral reafirmou que os apoios anunciados após o Conselho de Ministros de sábado vão estar disponíveis a partir de 6 de novembro, incentivando os empresários deste concelho de Coimbra a avançar com a reconstrução das respetivas empresas.
"Os investimentos feitos para a reconstrução são elegíveis [para apoio] desde a data do incêndio", garantiu o ministro, lembrando que haverá de linhas de financiamento a fundo perdido até 85% e adiantando que a avaliação dos danos será feita caso a caso e decorrerá com celeridade.
A resposta dos empresários de Mira foi positiva, tendo sido apresentados ao ministro casos de empresas que apenas dez dias depois de terem sido total ou parcialmente destruídas já estão em condições de retomar a laboração.
Os empresários expressaram preocupação pela eventual lentidão na atribuição dos apoios, lembrando que estão em risco centenas de postos de trabalho, uma questão a que Manuel Caldeira Cabral respondeu com garantias de que o processo de avaliação será rápido.
O ministro explicou que os apoios incluem a reposição da capacidade produtiva, estendendo-se ainda a casos em que as empresas optem por fazer novos investimentos.
"Havendo esperança, a gente avança", respondeu o dono da Madeiseixo, Fernando Santos, que registou um prejuízo de milhão e meio de euros na sua empresa de carpintaria, onde assegura trabalho a 13 pessoas.
Os incêndios provocaram em Mira prejuízos superiores a 32 milhões de euros em 14 unidades industriais e agrícolas e puseram em risco 340 postos de trabalho, segundo um levantamento feito pelos serviços da Câmara Municipal, presidida por Raul Almeida.
A nível nacional, o levantamento provisório dos danos provocados pelos incêndios aponta para perto de 350 empresas afetadas e um total de danos no setor económico de cerca de 360 milhões de euros
"A avaliação dos prejuízos em residências particulares ainda está a decorrer", explicou Raul Almeida, que guiou o ministro por entre os escombros do Polo I da Zona Industrial de Mira, a mais atingida do concelho.
O autarca, que garantiu sentir-se "reconfortado" pela visita do ministro, disse que "o Governo, a autarquia e outras entidades nacionais e locais têm de conseguir acompanhar a velocidade dos empresários, que já iniciaram a recuperação".
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