O AIVD adverte ainda que, na luta contra o terrorismo, “os interesses turcos nem sempre correspondem às prioridades europeias”.
“As autoridades turcas atuam contra o EI e a Al-Qaida, mas dão prioridade ao PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão, proibido). Devido a isto, ambas as organizações têm espaço suficiente para respirar e liberdade de movimentos para se manterem”, afirma o AIVD.
Os serviços secretos holandeses consideram que o “espaço” que a Turquia dá ao Estado Islâmico é um das razões para a “ameaça terrorista” estar presente na sociedade europeia.
A fronteira turco-síria foi utilizada nos últimos anos por ‘jihadistas’ para chegarem ao designado “califado” proclamado pelo EI em junho de 2014, mas tendo o Estado Islâmico perdido a maioria do território os seus combatentes estão a tentar chegar à Europa, indica o relatório.
Desde o início do conflito na Síria e no Iraque, pelo menos 310 ‘jihadistas’ holandeses juntaram-se à causa, refere o AIVD, precisando que 85 morreram, 55 regressaram e 35 encontram-se detidos ou em campos de refugiados.
O Serviço de Informação e Segurança holandês deduz que a ameaça terrorista contra o ocidente se vai manter no mesmo nível nos próximos anos, adiantando que tanto a Al-Qaida como o Estado Islâmico continuam a mobilizar seguidores e a ter planos para realizar atentados.
O EI depende agora de indivíduos que, inspirados pelos seus vídeos e apelos, realizam ataques em pequena escala em lugares públicos e difíceis de proteger, como o mercado de Natal de Berlim (2016) ou as Ramblas de Barcelona (2017), segundo o relatório.
Quanto à Al-Qaida, o AIVD alerta que, apesar de ter estado na sombra desde a proclamação do califado pelo líder do EI, Abu Barkr al-Baghdadi, continua ativa e aproveitou os últimos anos para criar uma grande rede a nível internacional e reforçar a sua presença em diferentes países.
Os serviços secretos holandeses calculam que o movimento ‘jihadista’ conta com mais de 500 seguidores e vários milhares de simpatizantes na Holanda.
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