“438,81 euros nem sequer é metade do custo de um 'outdoor' que o Chega tem aos montes espalhados pelo país. 438,81 euros, o preço da multa, é o preço de um amendoim para André Ventura, que cospe sobre uma comunidade inteira há anos e sai impune”, lamentou hoje a deputada num ‘post’ partilhado na rede social Facebook.
Para Joacine Katar Moreira, este é o valor “da inação” e da “não assunção do racismo como combate a travar nesta sociedade”, considerando ainda que o líder do Chega “é um agressor e não pode sair impune dos seus actos e comentários racistas e xenófobos, para mais enquanto representante eleito”.
“Vergonha - sua palavra preferida - é o que devia ter na cara e não tem! E vergonha sinto eu também por saber que toda a violência racista e desinformação tem o custo de 400 euros para este agressor”, rematou.
O presidente do Chega, André Ventura, foi hoje multado em 438,81 euros por discriminar ciganos, numa publicação em agosto na rede social Facebook, sentenciou a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR).
Segundo a decisão da CICDR, a que a Lusa teve acesso, o deputado único do partido da extrema-direita parlamentar praticou uma contraordenação, punível com coima, por “discriminação por assédio em razão da origem étnica”.
André Ventura ainda pode ser ouvido ou deixar correr o processo até ao Ministério Público, o qual deduzirá ou não uma acusação. No pior dos cenários, está em causa um crime de discriminação racial, cuja pena máxima é de cinco anos de prisão.
Ventura tem atacado constantemente a comunidade cigana em Portugal e, segunda-feira, em entrevista à TVI, colocou mesmo como condição de viabilização de um Governo de direita o “resolver a questão dos ciganos”.
Também em março, o Ministério Público instaurou um inquérito ao líder do Chega depois de, no final de janeiro, André Ventura ter reagido a uma proposta da deputada Joacine Katar Moreira sobre devolução de património às antigas colónias portuguesas com uma mensagem na sua página da rede social 'facebook', na qual propunha que "a própria deputada Joacine seja devolvida ao seu país de origem".
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