“Sou uma pessoa que preza a estabilidade dos mandatos, nas últimas eleições estava fora e não votei, mas se estivesse cá teria votado no dr. Rui Rio (…) Acho que os mandatos são para cumprir e devia cumprir o mandato até ao fim”, afirmou o antigo deputado, questionado pelos jornalistas à entrada para a Convenção Europa e Liberdade, que decorre até sexta-feira em Lisboa.
José Eduardo Martins reconheceu que a direção cometeu vários erros ao longo do último ano e “não foi capaz de ser superior à natural discussão interna”.
“É natural que aqueles que se veem a si próprios como melhores líderes se queiram afirmar, daí não vem mal ao mundo”, afirmou, admitindo que umas eleições podem trazer “alguma clarificação”.
No entanto, questionado sobre se Luís Montenegro será a pessoa ideal para protagonizar uma alternativa, respondeu de forma clara: “Eu não tenho essa convicção”.
“Acho que quem quer afirmar uma alternativa tem de, antes de mais, explicar porque é que o PSD pode ser uma alternativa séria de centro-direita à governação socialista”, afirmou, considerando que o antigo líder parlamentar do PSD não tem acrescentando “novidade e clareza” nas suas intervenções mediáticas.
Sobre se se trata, sobretudo, de uma questão de ambição pessoal, respondeu: “Eu presumo que as pessoas, mesmo quando se transpõe aquela linha que não é sempre clara entre a autoestima e soberba, eu acredito que todos se candidatam a acreditar que vão fazer melhor pelo partido”.
Questionado em quem votaria se se realizarem umas eleições diretas entre Rui Rio e Luís Montenegro, José Eduardo Martins respondeu de forma irónica.
“Acho que vou estar outra vez em Cabo Verde”, disse.
Alguns órgãos de comunicação social noticiaram hoje que os críticos de Rui Rio já têm as assinaturas suficientes para obrigar à convocação de um Conselho Nacional extraordinário com vista à destituição do atual líder e que o antigo líder parlamentar Luís Montenegro confirmará nos próximos dias que está disponível para ser candidato à liderança contra Rui Rio.
Luís Montenegro, que já no Congresso do PSD, em fevereiro, admitiu disputar no futuro a liderança do partido, afirmou na quarta-feira na TSF que falará “muito em breve” sobre o partido.
“Muito em breve falarei sobre o estado do PSD, falarei mesmo sobre o futuro do PSD porque entendo que este estado de coisas tem de acabar e isto tem de mudar: o PSD assim não se vai conseguir afirmar”, disse, no programa “Almoços Grátis”.
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