“Há claramente uma tentativa de desinformação das pessoas por parte de algumas forças políticas e também de alguns setores que têm mantido capturados os interesses no nosso país”, afirmou a também deputada, durante uma ação de campanha no Porto.
Inês Sousa Real respondia a questões colocadas pelos jornalistas sobre a concentração de iniciativas de campanha do PAN em zonas urbanas e um aparente conflito entre as propostas do partido e o seu acolhimento nas zonas mais rurais.
Para a líder do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), a campanha de desinformação contra o partido que lidera surgiu, por exemplo, por parte da CAP, que “não representa os interesses dos pequenos e médios agricultores”.
A CAP “opta por se sentar ao lado de ‘lobbys’ como o da tauromaquia e das grandes empresas, muitas delas estrangeiros, que estão a utilizar os nossos solos de forma intensiva e superintensiva”, sustentou.
Inês Sousa Real realçou que aquela confederação dos agricultores “deixa para trás os jovens e os pequenos agricultores e as atividades mais familiares” e recusa apoiar “as boas práticas, como a permacultura ou a agricultura biológica”.
“Há uma visão muito curta destes interesses” defendidos pela CAP, referiu, frisando que o país tem que “alinhar a agricultura com o Pacto Ecológico Europeu e com Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável”.
Numa manhã passada na cidade do Porto, Inês Sousa Real começou com uma passagem pela estação de São Bento, antes de uma caminhada até ao Campo 24 de Agosto e de uma visita ao edifício onde funciona temporariamente o Mercado do Bolhão.
Com a cabeça de lista do PAN pelo Porto, Bebiana Cunha, ao lado, a porta-voz do partido foi abordada, na estação de comboios, por Anabela Veloso, que disse ser “uma grande defensora dos animais”, e quis denunciar o abate de cães num canil.
“Só em Braga foram 50 cães abatidos num dia. Isso não se faz”, afirmou, visivelmente emocionada, com Inês Sousa Real a prometer questionar sobre o assunto a câmara municipal, a Direção-Geral da Alimentação e Veterinária e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Ao final da manhã, no temporário Mercado do Bolhão, que tinha já tinha poucos clientes, a comitiva do PAN entregou, sobretudo aos comerciantes, panfletos e sacos de pano e Inês Sousa Real e outros elementos até beberam uma ginja em copo de chocolate.
Habituada à “festa” da campanha, uma das vendedoras do Bolhão, ao receber o panfleto com as propostas do partido de Inês Sousa Real, disse que concordava com as causas do PAN, mas considerou que “pelos animais é a mais”.
“Também temos que ver as pessoas, não são só os animais”, pois “têm os seus direitos, mas as pessoas têm mais”, tendo a cabeça de lista pelo Porto, Bebiana Cunha, feito um reparo: “No nome do PAN, antes de animais, tem pessoas”, advertiu.
A vendedora ainda retorquiu que agora “as pessoas estão a ligar mais aos animais e não às pessoas”, mas acabou por admitir que “a menina está a falar bem”, depois de Bebiana Cunha ter dito que “não tem que ser uma coisa ou outra” e pode existir “uma sociedade onde todos se respeitam”.
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