“É a tentativa de passar uma ideia de que o PAN é um partido fundamentalista ou que somos incoerentes nas práticas que promovemos e que, depois, praticamos”, lamentou a dirigente do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN).
A líder do PAN admitiu estar espantada com o “ataque” da CAP ao partido que lidera, por considerar que tem “uma visão de futuro para a agricultura e de sustentabilidade” e que quer “canalizar os fundos europeus para a transição” do setor.
“Desde logo, não é com informações falsas a serem disseminadas nas redes sociais ou em alguns meios, até de comunicação social, que vão demover o PAN de continuar a trilhar o seu caminho”, sublinhou.
Sousa Real, que falava à margem de uma visita ao projeto agroflorestal da empresa Mendes Gonçalves, na Golegã, distrito de Santarém, foi questionada pelos jornalistas sobre a resposta da CAP às acusações de estar a promover uma “campanha de desinformação” contra o partido.
Em comunicado, esta confederação de agricultores rejeitou as acusações feitas na véspera por Inês Sousa Real e garantiu que “é uma acusação totalmente infundada, que merece repúdio, e que apenas visa ganhar mais uns minutos de atenção mediática e de protagonismo à custa da CAP”.
Na terça-feira, no Porto, a também deputada Inês Sousa Real defendeu que há uma campanha de “desinformação” contra o partido, atribuindo culpas a “algumas forças políticas” e entidades como a CAP.
Sobre informações que dão conta que nas empresas familiares do seu marido se utilizavam pesticidas, Inês Sousa Real disse ser “completamente falso” e indicou que esse caso “será respondido em sede própria, que é a judicial”.
Inês Sousa Real referia-se a uma notícia avançada pela revista Visão de que uma empresa agrícola ligada à líder do PAN pediu autorização para aplicar inseticida perigoso e usou abelhas “estrangeiras” que ameaçam as portuguesas.
A porta-voz do partido considerou que circula “muita desinformação” contra o partido que lidera e que isso deve-se ao “crescimento do PAN” e por enfrentar “muitos interesses instalados, como a tauromaquia, a caça e a chacina da Torre Bela”.
Quanto à caçada na Herdade da Torre Bela, na Azambuja, lembrou a também deputada, já passou um ano e “não há sequer qualquer tipo de acusação”.
“Reina a total impunidade e é incómodo que o PAN diga isto, tal como é incómodo que o PAN aponte o dedo aos efluentes pecuários que existem no país e que estão a destruir os rios”, acrescentou.
Questionada pelos jornalistas sobre os motivos pelos quais durante visita um mercado não passa pelas bancas de venda de carne e peixe, a líder do PAN recusou a ideia de existir um problema de diálogo com comerciantes destes setores.
“Defendemos que temos de ter um modelo menos extrativista e de maior respeito pela natureza e pelos animais e temos que chamar essas pessoas para o diálogo”, pois “esses setores não podem estar de costas voltadas para a transição”, salientou.
Na visita ao projeto agroflorestal da empresa Mendes Gonçalves, que emprega mais de 300 trabalhadores nas várias áreas de negócio, a porta-voz do PAN despiu o casaco e meteu ‘mãos à obra’ para plantar um cedro-do-buçaco.
Elogiando o projeto, Sousa Real destacou a capacidade para poupar água, as boas práticas sem prejudicar os solos, sem utilização de pesticidas ou agroquímicos, além de recuperar espécies autóctones.
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