"Vocês têm uma oportunidade histórica para virar a página de sete anos de macronismo, para escolher líderes políticos que vos amam, que vos respeitam", afirmou Bardella no final de um debate eleitoral televisionado.

Macron surpreendeu a França ao antecipar inesperadamente as eleições legislativas previstas para 2027, após a vitória do partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (RN), de Bardella, nas eleições europeias de 9 de junho.

O RN e os seus aliados lideram as intenções de voto com 36%, seguidos pela coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 28,5%) e pela aliança centrista de Macron (21%), segundo uma sondagem do Ifop.

Bardella, de 28 anos, já anunciou que só aceitará ser primeiro-ministro se o seu partido alcançar a maioria absoluta dos 577 deputados da Assembleia Nacional e tentou projetar a sua imagem de líder durante o debate.

Ao longo do debate, no qual insistiu nos temas preferidos da extrema-direita, como controlo da imigração e autoridade, Bardella reafirmou diversas vezes a possibilidade de se tornar primeiro-ministro.

Diante dele, o atual primeiro-ministro, o centrista Gabriel Attal, de 35 anos, tentou defender a gestão de Macron e semear o medo entre os eleitores sobre um eventual impacto fiscal, caso os seus rivais apliquem os programas que defendem na campanha.

Ao lado deles, o representante da NFP, o esquerdista Manuel Bompard, de 38 anos, apresentou um projeto baseado em aumentar os impostos sobre grandes fortunas e revogar a impopular reforma da Segurança Social do presidente francês.

Um dos momentos mais tensos foi quando Attal e Bompard criticaram a proposta de Bardella de impedir franceses com dupla nacionalidade de aceder cargos estratégicos e acusaram-no de "humilhá-los".

O desfecho das eleições mostra-se incerto. Macron, cujo mandato termina em 2027, pode ser obrigado a compartilhar o poder com um governo de outra orientação política, poucos dias antes do início dos Jogos Olímpicos de Paris-2024.