"As relações entre a Madeira e a Rússia remontam ao século XVIII e começaram a estreitar-se em duas vertentes: nos negócios e no turismo", disse Miguel Albuquerque, durante a inauguração, no Funchal, da primeira escola russa na região, um projeto desenvolvido pela Associação Centro Russo de Cultura e Formação Pushkin.
Miguel Albuquerque vincou que as relações comerciais com aquele país se basearam inicialmente no vinho Madeira, um produto muito apreciado e disputado na corte russa, sendo que depois a ilha passou a ser também um "lugar importante" de veraneio das elites.
O pintor Karl Briullov (1799-1852) foi, por exemplo, uma das grandes figuras russas que visitou a Madeira, pelo que o Governo Regional adquiriu um dos seus quadros pintados na ilha, que atualmente integra o espólio do Museu Quinta das Cruzes. Deste artista há também um busto no Jardim Municipal.
"A vossa presença na Madeira contribui para aquilo que aqui é fundamental: o cosmopolitismo e a abertura cultural ao mundo", sublinhou Miguel Albuquerque, indicando que a comunidade russa residente na Madeira ultrapassa as 260 pessoas.
"A diáspora russa já é suficientemente grande e há muitas crianças já com carências de aprendizagem da língua, cultura e história russas", disse, por outro lado, Anna Pogrebtsova, presidente da Associação Centro Russo de Cultura e Formação Pushkin.
A escola, cuja inauguração contou com a presença do embaixador da Rússia em Portugal, Mikhail Kamynin, não está, contudo, direcionada apenas à comunidade residente, mas também a crianças e cidadãos portugueses interessados naquela língua.
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