“A probabilidade de ocorrência [de um tsunami] é muito baixa, mas compete à Proteção Civil imaginar que possa acontecer. Temos um cenário e exercitámos esse cenário para que os nossos profissionais possam saber qual a melhor forma de responder”, explicou.
António Nunes falava no âmbito da cerimónia comemorativa do 42.º aniversário do Serviço Regional de Proteção Civil, no Funchal.
O exercício PROCIVEX 2024, que hoje foi apresentado, vai realizar-se em 23 de maio e assenta num cenário que considera a possibilidade da queda de uma arriba nas ilhas Desertas, localizadas a cerca de 40 quilómetros do Funchal, provocar um 'tsunami', o que afetaria com particular gravidade os concelhos do Funchal, Santa Cruz, Machico e a ilha do Porto Santo.
Numa intervenção na cerimónia do 42.º aniversário do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes indicou que em 2023 foram sinalizadas 38.085 ocorrências e 35.254 chamadas no âmbito da emergência pré-hospitalar, sendo que a Equipa Médica de Intervenção Rápida (EMIR) realizou 2.050 intervenções, das quais 896 no Porto Santo.
O meio aéreo efetuou 161 missões e resgatou 26 pessoas em situação de perigo nas serras da Madeira, sendo apenas uma de nacionalidade portuguesa.
O responsável destacou também a aposta na formação, com 148 ações e 1.750 formandos.
Por outro lado, o secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, indicou que o Governo PSD/CDS-PP, agora em gestão devido à crise política provocada pela investigação de suspeitas de corrupção na Madeira, que implicou a demissão do executivo, já investiu 25 milhões de euros no setor desde 2015.
“O sistema de saúde está confiável, a Proteção Civil está confiável, temos iniciado vários caminhos com sustentabilidade, com segurança, com qualidade, e acima de tudo com formação e diferenciação”, disse.
Pedro Ramos salientou ainda que a palavra “incómodo”, a par com “investimento”, é uma das que caracterizam a região autónoma.
“Nós incomodámos porque somos diferentes”, disse, para logo reforçar: “Nós somos Atlântico, nós somos autónomos. E, por sermos autónomos, somos diferentes.”
O governante sublinhou que a Madeira pretende ser o “polo central do Atlântico”, ao nível económico, financeiro, académico, científico e social, estando a trabalhar para o efeito “há vários anos”.
“Naturalmente que pretenderam interromper essa liderança, naturalmente que não tiveram sucesso, porque, de facto, nós somos diferentes, somos autónomos, somos Atlântico”, disse, numa alusão à crise política que motivou a demissão do executivo liderando pelo social-democrata Miguel Albuquerque.
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