“Não gosto de tabus”, afirmou, com um sorriso, Manuel Monteiro à Lusa, garantindo que, para ele, uma candidatura a Belém “é um não assunto” e que “merece uma resposta clara e inequívoca” – um “não”.
“É um assunto que acaba sem ter começado”, garantiu ainda o antigo presidente dos centristas que, apesar de estar à espera da conclusão do seu processo de refiliação, apoiou as ideias do candidato que venceu o congresso de Aveiro, no domingo, Francisco Rodrigues dos Santos.
Dentro do CDS, e antes do congresso, Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento (TEM), afirmou-se, numa entrevista à Lusa, contra o apoio do partido a uma eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa às eleições presidenciais em 2021, embora nada tenha dito sobre Monteiro.
O novo presidente dos centristas, no seu discurso de vitória, no domingo, não se referiu uma só vez às presidenciais e, na entrevista à Lusa, na semana passada, remeteu qualquer decisão, a seu tempo, para os órgãos nacionais do partido, embora defendendo que é preciso fazer “um balanço” do “mandato presidencial” de Marcelo.
Antes e depois do congresso, dirigentes nacionais ouvidos pela Lusa admitem que a questão presidencial é, internamente, “muito sensível”, admitindo que um dos nomes possíveis da área da direita para esta eleição – que depende da vontade própria do candidato – seria o do ex-líder do partido Manuel Monteiro.
No final de outubro, a direção de Assunção Cristas optou por não decidir até ao congresso de janeiro a refiliação no CDS do ex-líder, que deixou o partido em 1998 para fundar a Nova Democracia (ND).
Após uma progressiva reaproximação aos centristas, desde que se afastou da ND em 2009, Manuel Monteiro participou em várias iniciativas do seu antigo partido, a convite da Tendência Esperança em Movimento (TEM), no ano passado.
Em setembro, entregou a ficha de refiliação na concelhia da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, que aprovou a sua inscrição.
A direção decidiu nada decidir, o que foi considerado um “ato censório” que “não cabe num partido que se diz pluralista e democrático”, como afirmou Abel Matos Santos, à margem do conselho nacional do partido, em 17 de outubro.
Os cinco candidatos à liderança, incluindo o vencedor, são favoráveis ao regresso de Manuel Monteiro.
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