"Estou a acompanhar a situação, desde o primeiro minuto, e, portanto, a acompanhar as informações que vierem a chegar, e espero que sejam boas, uma vez que é uma situação que é sempre indesejável, naturalmente. Esperemos que seja resolvida e enfrentada o mais rápido possível", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa.
Interrogado se considera que este caso tem implicações para a segurança do país, o chefe de Estado respondeu: "Não sei, vamos ver. A informação que temos ainda da evolução dos acontecimentos é muito curta, tem horas".
"Vamos deixar ver, para depois saber o que é que se passa, e o próprio Governo, tendo dados disponíveis, não deixará de informar os portugueses, espero", acrescentou.
Cinco reclusos fugiram hoje do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no distrito de Lisboa, anunciou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
Segundo a DGRSP, uma avaliação preliminar, com recurso a imagens de videovigilância, aponta para uma fuga dos cinco homens pelas 10h00 "com ajuda externa através do lançamento de um escada, que permitiu aos reclusos escalarem o muro e acederem ao exterior".
"Conforme o protocolo, foram feitas imediatamente comunicações devidas aos órgãos de política criminal com vista à recaptura dos evadidos", acrescentou a DGRSP, em comunicado.
Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por crimes entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
De acordo com a DGRSP, foi aberto um processo de inquérito interno, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção, coordenado pelo Ministério Público.
Marcelo Rebelo de Sousa falou aos jornalistas durante o terceiro e penúltimo dia da Festa do Livro no Palácio de Belém, uma iniciativa que lançou em 2016, no seu primeiro ano de mandato, em colaboração com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).
Segundo o Presidente da República, esta sétima edição anual – em 2020 e 2021 a Festa do Livro não se realizou, por causa da pandemia de covid-19 – está a ultrapassar as expectativas, pelo número de visitantes, e "quem está a liderar são crianças e jovens", desta vez com um público "mais internacional".
O chefe de Estado planeia um formato "mais condensado" para a próxima e última edição, em 2025: "Tentaremos, quer do ponto de vista de livros, quer do ponto de vista de música, escolher, é difícil dizer o melhor do melhor, mas quer dizer, uma boa despedida".
Nesta ocasião, o Presidente da República voltou a insistir que "é fundamental para o país haver Orçamento" aprovado para 2025, reiterando que os portugueses não querem uma crise política e manifestando esperança no "bom senso" dos políticos.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou novamente o seu exemplo, referindo que quando liderou o PSD viabilizou três orçamentos ao então Governo minoritário do PS, que era chefiado por António Guterres.
"Ainda falta tempo e neste tempo eu acredito que vai haver uma boa vontade grande para poupar o país experiências de crise política. Eu acho que era preferível não haver", declarou, sem adiantar o que tenciona fazer em caso de chumbo do Orçamento.
O chefe de Estado recusou, uma vez mais, comentar o relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre as contas da TAP, em termos jurídicos ou políticos, tendo em conta que "o processo foi entregue no Ministério Público".
(notícia atualizada às 18h17)
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