“Vamos trabalhar para que não possa suceder mais o que sucedeu este ano. Deve ser tudo feito para não voltar a acontecer e vamos trabalhar nisso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na chegada a Murça, no distrito de Vila Real, concelho que no Verão foi fustigado pelos incêndios.
Num dia dedicado a este distrito do norte do país, o chefe de Estado, acompanhado do ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, disse que estão a ser retiradas lições sobre como prevenir antes que aconteça e como ter respostas mais rápidas, coordenadas e eficazes para poupar “momentos menos dolorosos”.
Ainda antes de cumprimentar os bombeiros que o aguardavam, o Presidente da República foi abordado por dois homens que, exaltados, consideraram uma “vergonha” o mesmo visitar agora o concelho e não na altura do fogo de julho.
“Todos estamos conscientes de que houve coisas que não correram bem”, respondeu.
Marcelo Rebelo de Sousa frisou que as coisas não correram bem porque há problemas que vêm de “muito trás” e que têm que ser mudados.
No entanto, acrescentou, umas coisas demoram anos a mudar, apontando a título de exemplo o ordenamento da floresta, e outras são mais rápidas.
O Presidente da República aproveitou ainda o momento para, em nome de todos os portugueses, agradecer o trabalho, esforço e empenho dos bombeiros.
“Todos foram heróis, mas alguns dos heróis mais importantes foram os bombeiros”, ressalvou.
O fogo que deflagrou em julho, em Murça, terá consumido mais de 10.000 hectares em três concelhos do distrito de Vila Real, nomeadamente em Murça, Vila Pouca de Aguiar e Valpaços, para onde se estendeu, revelou, na altura, o presidente de Murça, Mário Artur Lopes.
“Mais de metade do concelho de Murça foi atingido por este incêndio”, afirmou o autarca.
Foi a sair da aldeia que um casal, com 69 e 72 anos, morreu, depois do carro onde seguia ter caído numa ravina.
Foram encontrados já mortos numa área queimada pelo incêndio.
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