O Chefe de Estado chegou às 14:50, dez minutos antes da hora prevista, e manteve-se em silêncio, não querendo prestar declarações. Já o primeiro-ministro, que chegou com um atraso de 15 minutos, aguardou pelo final da cerimónia para manifestar um “grande pesar” pela morte do bispo.
“Recordo-o com grande pesar e grande saudade já. Era um homem de enorme bondade, uma pessoa muito ligada às pessoas, tinha uma mensagem muito importante e era um homem com quem gostava muito de falar e quem gostava muito de ouvir”, disse o primeiro-ministro aos jornalistas.
Nas cerimónias fúnebres, que demoraram mais de duas horas, também o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, esteve presente para recordar um “amigo”.
“Era uma pessoa de uma enorme afabilidade e simpatia. Um homem que, sendo homem da igreja, e não sendo por isso de espantar, era muito dedicado a todos, sabia ouvir toda a gente, tinha sempre uma palavra de conforto e um sorriso franco. Julgo que toda a sua obra pastoral será devidamente apreciada”, referiu o social-democrata.
Também a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, marcou presença no “último adeus” a António Francisco dos Santos recordando-o como um “homem sábio e luminoso, sempre muito próximo de todas as pessoas”.
“Olhava sobretudo para as pessoas mais carenciadas, em situações de dificuldade, era uma pessoa muito humana e carinhosa e sempre com um sorriso enorme, de grande ânimo e de grande esperança”, descreveu.
Centenas marcam presença na despedida
Centenas de pessoas marcaram hoje presença nas cerimónias fúnebres do bispo do Porto, grande parte delas com flores brancas na mão.
Pela Sé Catedral, que estava sobrelotada com mais de 600 pessoas, passaram ainda autarcas de vários municípios do distrito do Porto, dirigentes políticos e desportivos, representantes de instituições de ensino ou candidatos às eleições autárquicas.
O funeral, que começou às 15:00 em ponto na Sé Catedral do Porto, tal como estava marcado, iniciou com os sinos a tocar durante cerca de cinco minutos, tendo depois a homilia sido presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente.
Apesar da vontade de assistir, as muitas pessoas presentes no Largo da Sé do Porto não puderam entrar, ficando a aguardar da parte de fora, grande parte delas com flores brancas na mão e uma imagem de António Francisco dos Santos, lamentando uma “grande perda”.
No final da homilia, cerca das 16:30, o corpo do bispo do Porto foi colocado no varandim para o ritual da encomendação da alma, momento onde todos os presentes puderam despedir-se.
O corpo foi sepultado na Sé Catedral do Porto, na Capela de São Vicente, num momento privado e reservado apenas à família.
Nascido a 29 de agosto de 1948, António Francisco dos Santos era bispo de Aveiro quando, em fevereiro de 2014, foi nomeado bispo do Porto pelo papa Francisco.
Francisco dos Santos era natural da freguesia de Tendais, concelho de Cinfães, Viseu.
António Francisco dos Santos foi nomeado bispo auxiliar de Braga em dezembro de 2004 e, dois anos depois, foi indicado para bispo de Aveiro.
Serviu a diocese de Aveiro durante mais de sete anos, nomeadamente durante as celebrações do seu 75.º aniversário de restauração.
A sua ordenação episcopal ocorreu em março de 2005, na Sé de Lamego.
Foi ordenado padre em dezembro de 1972.
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