As palavras do chefe de Estado foram proferidas depois de ter descerrado, esta tarde, uma placa comemorativa do centenário da Batalha de La Lys na ‘Avenue des Portugais’, em Paris, onde se deslocou com o primeiro-ministro, António Costa, tendo sido aguardado por largas dezenas de portugueses e por vários autarcas, incluindo pela presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, e pela secretária francesa da Defesa, Geneviève Darrieussecq.
Primeiro, em francês, o chefe de Estado evocou “a longa história de amizade e de fraternidade que tem séculos e séculos mas que está sempre presente” entre Portugal e França e agradeceu “tudo o que a França faz todos os dias pelo milhão e meio de portugueses e seus descendentes que são também franceses mas nunca esquecem as suas raízes”.
Depois, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, em português, que ele, o primeiro-ministro, deputados, governantes, chefes militares e embaixador de Portugal em França estavam “juntos no essencial”.
"O essencial hoje é evocar os melhores de todos nós que se bateram há 100 anos por Portugal e pela França, mas evocar a nossa amizade e também a nossa força, a nossa força, portugueses, porque somos fortes, somos fortes no nosso território e somos fortes fora do nosso território”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa antes de ir cumprimentar a multidão, num amontoado de abraços e ‘selfies’.
O chefe de Estado agradeceu aos portugueses presentes, em nome de Portugal, e declarou: “Todos os que estão aqui e muitos mais, sois todos vencedores. Vive la France, Viva Portugal!".
Antes do discurso, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa foram cumprimentar vários autarcas portugueses e lusodescendentes, representantes de antigos combatentes e Felícia Pailleux, filha de um soldado luso que esteve nas trincheiras e porta-estandarte do Corpo Expedicionário Português.
Na placa de mármore descerrada ficou a mensagem “Homenagem de Portugal aos Combatentes da Grande Guerra/ Hommage du Portugal aux Combattants de la Grande Guerre “, com a legenda “Centenário/ Centennaire” e a inscrição “Paris, 1918/2018”.
Travada em 09 de abril de 1918, em plena I Guerra Mundial, a Batalha de La Lys é considerada uma das piores derrotas da história militar portuguesa, com mais de 7.000 baixas portuguesas entre mortos (400), feridos e prisioneiros (6.600).
Depois da “Avenue des Portugais”, o chefe de Estado e de governo deslocaram-se para o Arco do Triunfo para a cerimónia do «reavivar da chama» no monumento ao Soldado Desconhecido em homenagem ao Corpo Expedicionário Português que participou na Primeira Guerra Mundial em França.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, estão em França para as comemorações do centenário da batalha de La Lys e vão estar, esta segunda-feira, ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, no cemitério militar português de Richebourg, a cerca de 230 quilómetros a norte de Paris, onde estão as campas de 1831 soldados portugueses.
As evocações incluem também inauguração da exposição “Racines” sobre descendentes de militares portugueses, em Richebourg, uma cerimónia militar junto ao Monumento aos Mortos da Grande Guerra de La Couture, o descerrar de placas alusivas à participação portuguesa na Primeira Grande Guerra em Arras e Lille pelo apoio prestado, há um século, aos soldados portugueses e visitas a exposições nessas cidades.
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