“Até ao momento, e na sequência da tempestade Leslie, foram já registadas 1.422 declarações de prejuízos nos distritos de Leiria, Coimbra, Aveiro e Viseu. O Ministério da Agricultura estima em 29,8 milhões de euros os prejuízos sofridos pelos agricultores”, disse, em comunicado, o Governo.
Segundo o ministério liderado por Capoulas Santos, desta estimativa, 10,5 milhões de euros dizem respeito a prejuízos em culturas temporárias, que são abrangidas pelo sistema de seguros de colheitas, que o Governo apoia, “subsidiando em cerca de 60% os prémios dos seguros”.
Por sua vez, os restantes 19,3 milhões de euros resultam de outros prejuízos, que vão também estar abrangidos por medidas de apoio.
De modo a fazer face aos danos causados pela tempestade, o Ministério da Agricultura vai disponibilizar duas linhas de crédito garantidas, uma de dois milhões de euros para “apoiar exclusivamente as necessidades de tesouraria das cooperativas agrícolas e de outras organizações de produtores” e outra de dez milhões de euros “à qual poderão recorrer as empresas agrícolas […] destinados à reposição de instalações e equipamentos afetados”.
O Governo ressalvou ainda que a segunda linha de crédito “é extensiva a outros setores de atividade”.
Em 15 de outubro, o Ministério da Agricultura já tinha anunciado um apoio a 15 milhões de euros, a fundo perdido, para o restabelecimento do potencial produtivo.
Os níveis de apoio, dentro desta medida, atingem 100% para prejuízos até 5.000 euros, 85% entre 5.000 euros e 50.000 euros e 50% entre 50.000 e 800.000 euros.
A medida abrange infraestruturas, instalações e equipamentos agrícolas e também perdas em animais e culturas permanentes, como olivais vinhas e pomares.
As despesas são elegíveis desde 13 de outubro e os pagamentos poderão ter lugar após a contratação dos projetos junto do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), “contra apresentação de fatura, podendo os agricultores dar desde já início soa trabalhos”.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.
A Proteção Civil mobilizou 8.217 operacionais, que tiverem de responder a 2.495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.
O distrito mais afetado pelo Leslie foi o de Coimbra, onde a tempestade, com um "percurso muito errático", se fez sentir com maior intensidade, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
Na Figueira da Foz, uma rajada de vento atingiu os cerca de 176 quilómetros por hora no dia 13, o valor mais elevado registado em Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
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