Dados sobre a incidência da tempestade de 13 de outubro na região afetada, hoje revelados pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), apontam prejuízos em perda do valor de material lenhoso verde a cortar que ascendem a 8,2 milhões de euros, 3,5 milhões só na mata nacional do Urso, nos municípios de Leiria, Pombal e Figueira da Foz.
Os prejuízos em material lenhoso ultrapassam os dois milhões de euros nas matas nacionais das Dunas da Leirosa e Costa de Lavos, ambas no sul do concelho da Figueira da Foz e rondam cerca de 585 mil euros, quer no Pinhal de Leiria, quer no perímetro florestal das Dunas e Pinhais de Mira.
O valor total dos prejuízos inclui ainda os custos de repovoamento florestal nas 14 áreas afetadas, que ascendem aos 3,67 milhões de euros e 860 mil euros para recuperação de infraestruturas e equipamentos e serviços técnicos especializados.
Os dados foram hoje revelados na Figueira da Foz, na apresentação do Plano de Intervenção pós-tempestade Leslie, na Mata Nacional do Prazo de Santa Marinha, na serra da Boa Viagem, que será cumprido pelo INCF com a colaboração da autarquia local.
Na sessão, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, estimou em cerca de oito mil hectares a área florestal afetada pela tempestade, 3.500 em matas públicas e os restantes em áreas privadas e anunciou uma medida de apoio à regeneração das áreas afetadas no valor de oito milhões de euros, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, disponível para entidades públicas e proprietários privados e cujas candidaturas decorrerão até março de 2019.
"É a primeira vez que vamos abrir uma medida de recuperação de áreas afetadas por uma intempérie", frisou Miguel Freitas, adiantando que até aqui as verbas disponíveis no PDR 2020 apenas incidiam na recuperação de floresta destruída por incêndios florestais.
Ainda de acordo com o governante, durante os próximos seis meses decorrerão trabalhos de identificação das árvores a serem retiradas nas áreas afetadas, bem como a intervenção de exploração florestal, com alienação, corte e retirada do material lenhoso.
"A fase de exploração [florestal] levará em todas as matas até seis meses, porque todas elas têm o mesmo grau de prioridade para o ICNF. Dentro de seis meses [até maio de 2019] teremos a exploração florestal feita e o terreno limpo", indicou Miguel Freitas.
Já as ações de reflorestação e recuperação de equipamentos afetados "será feita nos próximos dois anos" e os investimentos necessários assumidos, na íntegra, por fundos públicos.
"Até ao final da recuperação das áreas afetadas é tudo por conta do ICNF. Nas matas públicas o Estado assume todo o investimento", esclareceu Miguel Freitas.
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