O Tribunal regional de Irkutsk, na Sibéria, considerou Popkov culpado pelo assassinato de 56 pessoas entre 1992 e 2007, anunciou o Ministério Público russo em comunicado, tendo ressalvado a sua "necessidade patológica de matar".
O ex-polícia atraia mulheres que estavam alcoolizadas ou ainda aquelas que considerava que levavam uma "vida imoral".
Popkov já tinha sido condenado a prisão perpétua, em 2015, pela violação e homicídio de 22 mulheres. Algum tempo depois, o ex-polícia confessou outros 59 assassinatos, mas as autoridades não conseguiram provar três dessas mortes.
Responsável por 78 mortes (sendo 77 mulheres e apenas um homem — um outro polícia —) Popkov é o considerado o maior assassino em série da Rússia dos últimos anos.
O ex-polícia apareceu no tribunal com uniforme de presidiário e de cabeça baixa, segundo as imagens da televisão russa. Agora, será enviado para uma prisão reservada aos presos condenados a prisão perpétua, perto da fronteira com o Cazaquistão.
Popkov convidava as suas vítimas para passear à noite, às vezes numa viatura da polícia, fora do horário de serviço, perto da cidade de Angarsk, tendo sido nessa cidade onde cometeu a maior parte dos crimes.
O serial killer matava as suas vítimas, com idades entre 16 e 40 anos, prostitutas na sua maioria, a golpes de machado, ou de martelo, segundo revela a emissora britânica BBC.
O criminoso descrevia-se como responsável por "limpar" as prostitutas da cidade. Depois dos assassínios, costumava abandonar os corpos em bosques, cemitérios ou valas. Apenas duas mulheres conseguiram escapar dos seus ataques, embora tenham ficado gravemente feridas.
Mikhail Popkov participou em algumas das investigações dos seus próprios crimes para evitar suspeitas, admitiram alguns dos seus colegas, mas os investigadores já suspeitavam que o assassino poderia ser um polícia pela maneira como limpava as suas impressões digitais das vítimas e das provas após cada homicídio.
O serial killer, que entrou na reforma em 1998, foi detido em 2012, em Vladivostok, no extremo-oriente da Rússia, ao fim de uma longa investigação que incluiu a análise de DNA dos moradores, cujos carros correspondiam aos rastos de pneus na cena do crime.
As mortes ocorreram durante seis anos, entre 1994 e 2000, provocando um clima de pânico naquela região russa.
Em 1994, ainda durante o período soviético, o assassino em série Andrei Chikatilo foi executado por matar 53 crianças e adolescentes. Em 2007, Alexander Pichushkin foi condenado à prisão perpétua pela morte de 48 pessoas em Moscovo.
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