David DePape, que invadiu a casa do casal em San Francisco e agrediu Paul Pelosi num horrível ataque que foi gravado por câmaras policiais, já cumpre uma condenação federal de 30 anos pela agressão.

Nancy Pelosi era, à época do ataque, a segunda na linha sucessória da Presidência dos Estados Unidos e um alvo frequente de teorias da conspiração alimentadas pela extrema-direita.

O juiz de San Francisco responsável pelo caso emitiu o veredito de prisão perpétua por sequestro agravado, entre outras acusações.

Brooke Jenkins, procuradora do distrito de San Francisco, elogiou a sentença e classificou o incidente como um "horrível ataque a um dos nossos líderes, a uma família e à nossa democracia".

"Não podemos permitir que a violência política se torne normal e precisamos de agir rapidamente para garantir que haja sérias consequências para aqueles que intimidam os nossos líderes eleitos por meio da violência", acrescentou Jenkins, denunciando uma "retórica partidária perigosa e divisiva".

DePape, um cidadão canadiano, ex-ativista a favor do nudismo e que fazia trabalhos ocasionais de carpintaria, tinha planeado atacar Nancy Pelosi.

Mas ao chegar à residência do casal, encontrou apenas o marido da ex-congressista, então com 82 anos, com quem disse ter tido uma conversa "muito amigável", durante a qual Paul conseguiu chamar as autoridades para pedir ajuda.

Quando a polícia chegou, DePape agrediu Paul com um martelo. Após o ataque, os oficiais imobilizaram o agressor e tiraram a ferramenta das suas mãos.

Paul, que caiu inconsciente e teve fraturas no crânio, passou quase uma semana num hospital, onde foi operado.

Antes de ouvir sua sentença nesta terça-feira, DePape falou de forma incoerente e chorando sobre teorias da conspiração que incluíam os atentados de 11 de setembro de 2001 e "rituais mágicos de assassinato", de acordo com o jornal San Francisco Chronicle. Ele não pediu desculpa à família Pelosi, detalhou o periódico.

Os advogados de DePape disseram anteriormente que vão recorrer da decisão.