O Departamento de Segurança Interna norte-americano designou a marcha como um evento de segurança de “nível 1”, a classificação mais elevada no seu sistema e normalmente usada para eventos de grandes dimensões, como a final do campeonato da Liga de Futebol Americano (Super Bowl), disseram dois polícias à agência Associated Press (AP).
A designação significa que o evento exigiu uma assistência substancial das agências federais para a aplicação da lei, disseram os agentes.
Uma sucessão de oradores subiu ao palco, perante um mar de bandeiras de Israel e dos Estados Unidos, para denunciar a sangrenta incursão do Hamas de 07 de outubro, que classificaram como propagação do antissemitismo a nível internacional e “uma vergonha para todas as pessoas e nações civilizadas”, nas palavras do Presidente israelita, Isaac Herzog, que se dirigiu à multidão por vídeo.
Depois do “maior massacre desde o Holocausto”, disse Herzog, “gritemos juntos: ‘nunca mais'”.
“Ninguém nos vai quebrar”, prometeu. “Vamo-nos levantar novamente. Não há causa maior e justa do que esta”, defendeu.
O FBI e a Segurança Interna norte-americana enviaram um boletim conjunto às autoridades policiais em Washington alertando para o potencial de violência ou de um ataque inspirado na guerra Israel-Hamas, disseram os agentes.
Mas o boletim dizia claramente que as autoridades federais não identificaram qualquer “ameaça específica” à marcha, disseram.
Os agentes não foram autorizados a discutir publicamente os detalhes do boletim policial e falaram à AP sob condição de anonimato.
Muitos dos manifestantes na “Marcha por Israel” usavam às costas bandeiras israelitas ou seguravam miniaturas destas nas mãos.
A segurança policial foi reforçada e camiões bloqueavam o acesso ao National Mall – área que abriga monumentos icónicos norte-americanos, incluindo o Lincoln Memorial e o Monumento a Washington.
“Espero que isto demonstre solidariedade” com Israel, disse Jackie Seley, que se deslocou desde Maryland, juntamente com amigos que viajaram desde Nova Iorque.
“E espero que isso aumente a conscientização sobre os reféns que estão atualmente em perigo”, acrescentou.
Melanie Lubin, também do estado de Maryland, usava uma bandeira metade composta pela bandeira dos Estados Unidos e metade pela de Israel. Questionada sobre o número de mortos em Gaza e as críticas à forma como Israel conduziu a sua ofensiva, disse: “Penso que todos estão preocupados com o que está a acontecer em Gaza e com os civis em Israel”.
“Israel está a fazer o seu melhor. Isto é uma guerra. Israel não começou esta guerra”, advogou.
Militantes do Hamas invadiram Israel numa incursão surpresa em 07 de outubro, matando mais de 1.200 pessoas e fazendo mais de 200 reféns.
Israel respondeu com semanas de ataques a Gaza, que mataram mais de 11 mil palestinianos, segundo as autoridades locais.
A demonstração de apoio a Israel ocorre no momento em que a condenação do conflito cresce em todo o mundo e no momento em que o Presidente norte-americano, Joe Biden, insta Telavive a moderar algumas das suas táticas para aliviar o sofrimento civil em Gaza, depois de expressar total solidariedade aos israelitas nas primeiras semanas da guerra.
Comentários