De acordo com informação avançada pelo Jornal de Notícias (JN), o Ministério Público suspeita que os principais arguidos no processo lucravam com a venda de bilhetes cedidos pelo clube à claque Super Dragões.

Para silenciar as vozes da oposição interna e de apoio a André Villas-Boas, terá surgido então um "clima de intimidação na assembleia geral do passado mês de novembro". O objetivo seria evitarem perder regalias, já que o candidato à presidência do clube anunciou que iria mudar o sistema de bilhética entre o clube e a claque.

Além disso, a PSP já recolheu indícios da existência de património não justificado pelos rendimentos de Madureira e da sua mulher. Neste momento, o MP já apreendeu dezenas de milhares de euros, um Porsche e dois BMW do líder dos Super Dragões.

Segundo o JN, o Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA), afeto à Polícia Judiciária, vai agora analisar o que está declarado ao Fisco entre a fortuna de Madureira.

Em 31 de janeiro, a PSP deteve 12 pessoas — incluindo dois funcionários do FC Porto e o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira —, no âmbito da Operação Pretoriano, que investiga os incidentes verificados numa Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube.

De acordo com documentos judiciais, aos quais a agência Lusa teve acesso, o Ministério Público sustenta que a claque Super Dragões pretendeu “criar um clima de intimidação e medo” na AG do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve incidentes, para que fosse aprovada a revisão estatutária, “do interesse da atual direção” ‘azul e branca’.

A Procuradoria-Geral Distrital do Porto divulgou que estão em causa “crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação”.