Júlio Costa (1935-2021) morreu na sexta-feira, aos 85 anos, cinco dias após a morte do irmão, Carlos Costa, outro dos elementos do popular grupo musical.
"A música popular portuguesa deve muito a Júlio Costa e ao trabalho conjunto do Trio Odemira, exemplo maior de uma conjugação entre o cancioneiro português e a expressão maior da música popular das mais diversas culturas e origens", disse hoje a ministra, em comunicado enviado à agência Lusa.
Graça Fonseca referiu que a parceria entre Júlio e Carlos Costa resultou "numa das colaborações mais emblemáticas e produtivas da música popular portuguesa", e levou "em particular as sonoridades do Alentejo" a percorrer o país e o estrangeiro.
A ministra da Cultura salientou o papel de Júlio Costa, juntamente com os restantes membros da banda, na preservação de "um reportório pleno de encontros entre as mais profundas tradições".
"Ao longo dos anos Júlio Costa, juntamente com os seus cúmplices, foi o rosto e a marca de um modo de contar a história dos povos e das comunidades e, também, de através da música, as dar a conhecer e preservar", frisou Graça Fonseca, na nota hoje divulgada.
A ministra da Cultura enfatizou o carinho do público pelo Trio Odemira, "indissociável do talento e da criatividade de Júlio e Carlos Costa".
"Na voz de Júlio Costa, chegou-nos um mundo e, também, o nosso mundo chegou a outros", acentuou a governante, que endereça as "sentidas condolências" aos familiares e amigos do músico.
O Trio Odemira contava mais de 60 anos de carreira. Formou-se em 1958 e protagonizou êxitos como "Ana Maria" e "Anel de Noivado", tendo sido o primeiro a gravar em disco temas populares alentejanos, à exceção dos grupos corais, segundo a Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX, que dá como exemplo o 'single' "Rio Mira", de 1958.
O grupo, segundo a enciclopédia, detém recordes de vendas como um Disco de Platina (mais de 140 mil exemplares) e seis Discos de Ouro (mais de 40 mil exemplares, cada).
Em 2019, o trio celebrou os 60 anos de carreira, com uma atuação no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz. Em setembro de 2016, foi distinguido com Prémio de Mérito e Excelência Cidade de Moura, na área da Música.
Em 2005, o trio editou o álbum "Portugal Latino", em que interpreta temas portugueses e latino-americanos, na linha que sempre marcou o grupo.
No álbum, editado pela Ovação, o trio recupera alguns temas que foram êxitos como "As minhas mãos nas tuas", "Ala vara del camino" ou "Anel de noivado".
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