“Teremos todo o próximo ano para tomar uma decisão final sobre se fazemos ou não a reversão [da gestão do hospital] para a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo”, afirmou o governante, em declarações aos jornalistas em Serpa.
Manuel Pizarro, que falava no final de uma reunião na Câmara de Serpa (CDU), integrada na iniciativa Saúde Aberta, do Ministério da Saúde, dedicada ao Baixo Alentejo, realçou que a gestão do hospital está nas mãos da Misericórdia local desde 2014.
“Temos assistido com preocupação a dificuldades de funcionamento do hospital”, admitiu, frisando que o Governo está a “procurar ajudar a Misericórdia a debelar as dificuldades que tem tido e que têm prejudicado o seu funcionamento regular”.
Assinalando que “o contrato de gestão pela Misericórdia do hospital acaba no final de 2024”, o ministro insistiu que a instituição que gere a unidade hospitalar tem que ser ajudada para “seja capaz de colocar o hospital em pleno funcionamento”.
Para o governante, o assunto da reversão ou não da gestão do Hospital de São Paulo, em Serpa, para o SNS “deve ser tratado na altura própria”, ou seja, no final do contrato, pois “seria um erro suscitar a questão agora”.
“Se suscitarmos a questão antes do final do contrato, vamos criar ainda mais instabilidade e dificultar ainda mais aquilo que é o essencial para as pessoas que é o hospital funcionar”, sublinhou.
À chegada ao edifício da Câmara de Serpa, o ministro foi recebido por um grupo de manifestantes, com palavras de ordem e uma faixa onde se podia ler “Exigimos o nosso hospital aberto 24 horas. Queremos o nosso hospital de volta ao SNS”.
Luís Mestre, porta-voz do Movimento de Defesa do Hospital de São Paulo, entregou ao governante um documento a exigir que a gestão do Hospital de São Paulo volte para o SNS e que a unidade hospitalar funcione 24 horas por dia.
“A Misericórdia tem demonstrado que não tem condições para gerir o hospital, que está fechado a maior parte do tempo”, disse, aos jornalistas, este responsável.
Lembrando que, na madrugada de sexta-feira, um homem que necessitava de cuidados médicos morreu à porta do hospital, cujo serviço de urgência se encontrava então fechado, Luís Mestre considerou a atual situação “é inaceitável”.
“Existe um serviço de urgências que está protocolado para funcionar 24 horas por dia. Não funciona no período entre as 24:00 e as 08:00 e tem uma escala que sofre alterações permanentemente, uns dias funciona só duas horas por dia, outros quatro horas por dia”, relatou.
No final da reunião na câmara, o ministro dirigiu-se, a pé, até ao centro de saúde da cidade e foi confrontado sobre a questão do hospital, por populares, durante o percurso, e, por familiares do homem de que morreu, já junto à unidade médica.
Depois de Serpa, Manuel Pizarro seguiu para Moura, para uma reunião na câmara e visita ao centro de saúde, e, dali, para Barrancos, para iniciativas do mesmo género.
A agenda do ministro inclui, da parte da parte, uma reunião na Câmara de Beja e visitas a uma unidade de saúde familiar e ao Hospital José Joaquim Fernandes, na cidade alentejana.
Comentários