Os chefes da diplomacia reuniram-se hoje em Turim para a sua sessão anual, a primeira desde que a Rússia se retirou da organização devido à invasão da Ucrânia, tendo a Irlanda substituído a Itália na presidência rotativa do Comité de Ministros.
“Durante a sessão, surgiu o desejo de organizar uma cimeira dos 46 chefes de Estado dos países do Conselho da Europa”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Luigi di Maio, na conferência de imprensa final, na qual participaram o homólogo irlandês, Simon Coveney, e a secretária-geral do Conselho da Europa, Marija Pejcinovic Buric.
A intenção, acrescentou o italiano, é abordar a situação na Ucrânia, “ajudá-la a superar os dramáticos danos da guerra e acompanhá-la na sua reconstrução”.
A cimeira vai servir para “relançar a organização e esta ordem europeia” e a sua importância reside no facto de que “seria a quarta cimeira nos 70 anos da história do Conselho da Europa”, apontou por seu lado o ministro espanhol, José Manuel Albares, à agência espanhola Efe.
O presidente da Assembleia Plenária do Conselho da Europa, Tiny Kox, argumentou que essa reunião vai reforçar o organismo para que este possa “funcionar como uma pedra angular da arquitetura política europeia”, numa altura em que “a guerra unilateral da Rússia contra a Ucrânia” aumentou a “necessidade urgente de reforçar essa arquitetura multilateral”.
Relativamente à presidência rotativa irlandesa, que vai durar até novembro, o país tem três prioridades, salientou Coveney: reforçar os direitos humanos e a proteção dos civis na Europa, promover a democracia participativa e o compromisso dos jovens, e fomentar uma Europa de inclusão e diversidade.
“O objetivo será reafirmar que esta organização promove a paz”, vincou Coveney, uma questão-chave na opinião da secretária-geral do Conselho da Europa, que realçou que a “paz não pode ser tomada como certa” no continente, tal como sido demonstrado pela invasão da Ucrânia.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros recomendaram também o aumento da proteção das mulheres e raparigas que fogem de conflitos e a adoção de um quadro jurídico regulamentar para combater o discurso de ódio e impedir a sua propagação na Internet.
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