“Chegou o dia”, escreveu Rafael Grossi na rede social Twitter, acrescentando que a “missão de apoio e assistência da AIEA, com sede em Viena, está agora a caminho”.
“Devemos proteger a segurança da maior instalação nuclear da Ucrânia e da Europa”. “Orgulhoso de liderar esta missão que estará no ZNPP (central nuclear de Zaporijia, na sigla em inglês) no final desta semana”, disse Grossi, sem dar mais pormenores.
A situação nas proximidades da central foi um motivo de preocupação internacional nas últimas semanas, depois dos recentes bombardeamentos nas imediações, sobre os quais Moscovo e Kiev se acusam mutuamente, e que suscitaram alarmes sobre um possível acidente nuclear.
Na quarta-feira, quando passaram seis meses desde o início da invasão russa, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia no Conselho de Segurança da ONU de “deixar o mundo à beira de uma catástrofe radioativa”, transformando a fábrica de Zaporijia, que está sob o controlo das forças russas desde 04 de março, “numa zona de combate”.
Segundo Zelensky, a Rússia está a usar a fábrica como “provocação”, com os bombardeamentos e o envio de “terroristas” para a zona, ameaçando assim toda a Europa e outras regiões vizinhas.
O líder ucraniano apoiou o envio de uma missão da AIEA a Zaporijia e solicitou que a agência assumisse o “controlo permanente” das instalações.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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