“Tudo indica que um míssil russo entrou no espaço aéreo polaco. Detetámo-lo através do radar. Deixou imediatamente o espaço aéreo polaco”, dirigindo-se para a Ucrânia, disse o chefe do Estado-Maior do Exército polaco, general Wieslaw Kukula.
“Temos confirmações de radar, tanto a nível nacional como dos nossos aliados”, acrescentou, citado pela agência francesa AFP.
O comandante operacional do exército polaco, general Maciej Klisz, disse que o míssil sobrevoou o espaço aéreo polaco durante três minutos, a uma distância de cerca de quarenta quilómetros.
“Enviámos as nossas forças e aviões para o intercetar e abater, se necessário, mas o tempo [de sobrevoo] e a forma como manobrou (…) tornaram isso impossível e permitiram que o míssil saísse do território polaco”, afirmou.
Segundo Klisz, o sistema de defesa aérea polaco foi colocado em alerta na quinta-feira à noite, na sequência da vaga de ataques russos contra a Ucrânia.
Para evitar erros, foram efetuadas buscas terrestres no local onde o sinal de rádio do míssil se perdeu, disseram oficiais do exército.
Na sequência do incidente, as autoridades civis e militares polacas realizaram reuniões de emergência e o Presidente Andrzej Duda manteve conversações com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
A Polónia é membro da NATO e da União Europeia (UE).
Em novembro de 2022, um míssil ucraniano caiu na aldeia polaca de Przewodow, a cerca de seis quilómetros da fronteira com a Ucrânia, matando dois civis.
A explosão ocorreu numa altura em que a Rússia estava a realizar ataques maciços contra infraestruturas civis ucranianas em todo o país.
Até ser identificada a origem, a queda do míssil na aldeia polaca fez temer que a NATO fosse arrastada para o conflito, dado que a Polónia está protegida pelo compromisso de defesa coletiva da Aliança Atlântica.
A Rússia realizou hoje o ataque considerado de maior dimensão desde que invadiu a Ucrânia há quase dois anos, provocando 18 mortos e 132 feridos, de acordo com um balanço provisório.
As autoridades ucranianas disseram que a Rússia lançou 122 mísseis e 36 ‘drones’ (aeronaves sem tripulação) contra alvos em toda a Ucrânia, num ataque que durou 18 horas.
O Ministério da Defesa russo reivindicou ter atingido “todos os alvos” previstos no intenso ataque lançado de madrugada.
A invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que á considerada a pior crise de segurança no continente desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm alertado que será significativo.
A Ucrânia lançou uma contraofensiva no verão, depois de ter recebido armamento novo dos aliados ocidentais, mas já reconheceu que os resultados foram modestos.
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