“Há circunstâncias que podem terminar numa suspensão do exercício de funções políticas, pura e simplesmente para aguardar os termos ulteriores do processo, se houver termos ulteriores”, afirmou Luís Montenegro.
Luís Montenegro, que falava aos jornalistas no concelho de Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo, no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal”, admitiu a possibilidade de suspensão, mas sublinhou: “É uma coisa que teremos de analisar”.
O líder do PSD garantiu que “mal tenha informação” sobre o caso, o partido será “muito rápido a dar nota” da sua decisão.
Em causa está uma investigação da Polícia Judiciária em duas câmaras municipais, Oeiras e Odivelas, para “apurar a eventual prática de crime de corrupção ativa e passiva para ato ilícito, de participação económica em negócio e de prevaricação”.
O canal de televisão CNN Portugal avançou esta manhã que, além do presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, também Rodrigo Gonçalves, membro da comissão política do PSD, estava a ser alvo de buscas por suspeitas de crimes de corrupção, participação económica em negócio e prevaricação por questões relacionadas com projetos empresariais e imobiliários.
O pai de Rodrigo Gonçalves, Daniel Gonçalves, que é presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas (Novos Tempos — coligação liderada pelo PSD), em Lisboa, também é visado no processo, segundo a mesma notícia.
De acordo com o canal, a mulher de Rodrigo Gonçalves exerce funções no departamento jurídico da Câmara de Odivelas.
Segundo a CNN Portugal, estão também em causa esquemas com contratações fictícias de prestações de serviços para autarquias, com vista à apropriação ilícita de dinheiros públicos para proveito pessoal e para o financiamento de estruturas do PSD através dos chamados ‘sacos azuis’.
Montenegro escusou-se a comentar o caso, garantindo “um desconhecimento total do que se está a passar”.
“A criminalidade em investigação é grave. Estas investigações devem ser levadas até às últimas consequências. Não devemos condenar ninguém à partida, mas não devemos isentar ninguém e não foi escamotear que uma das pessoas visadas na investigação é membro da comissão nacional do PSD”, disse ainda o líder social-democrata.
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