“Nós estamos a falhar, o país está a falhar. O país precisa mesmo de um sobressalto cívico, político, empresarial. Nós temos de conseguir absorver no nosso mercado de trabalho estes milhares e milhares de jovens que todos os anos saem das nossas universidades, dos nossos institutos politécnicos e colocá-los ao serviço do crescimento do país”, afirmou.
Luís Montenegro falava durante o encontro de verão das Comunidades Portuguesas do PSD, realizado num hotel em Albufeira, no distrito de Faro, e que contou com representantes das comunidades de Canadá, África do Sul, França, Bélgica, Suíça, Reino Unido e Brasil.
O líder do PSD recusou que a saída de jovens qualificados para outros países possa ser atribuída aos cortes impostos pela ‘troika’ enquanto Portugal esteve sob assistência financeira, pois esse tempo já acabou.
“E não venham com a conversa, só faltava mais essa, que isto é uma coisa da ‘troika’, é que a ‘troika’ já se foi embora vai fazer 10 anos, acabou essa conversa”, referiu, sublinhando que isso “não é desculpa”.
Citando um estudo que aponta para a saída de 200 mil jovens do país entre 2000 e 2019, o líder do PSD considerou que uma das maiores tragédias que Portugal teve e tem hoje é a emigração, sobretudo de jovens qualificados.
“O investimento que fizemos nas qualificações dos jovens que oferecemos de borla lá para fora andará na casa dos 20 mil milhões de euros”, disse, baseado no estudo que apontava o investimento feito pelo Estado, durante aquele período, na qualificação desses jovens em 18 milhões de euros.
Lamentando que o país continue a investir muito do seu capital para depois “o dar de bandeja a outras geografias”, Luís Montenegro questionou como é possível estas pessoas “com capacidade de alavancar” a criação de riqueza, a inovação e o crescimento da economia serem precisamente as que saem do país.
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