De acordo com a agência do escritor, a Curtis Brown, le Carré morreu este sábado na Cornualha, no sul da Inglaterra.
"É com grande tristeza que devo anunciar que David Cornwell, conhecido em todo o mundo como John le Carré, morreu, após uma breve doença (não relacionada a Covid-19) na Cornualha na noite de sábado, 12 de dezembro de 2020. Tinha 89 anos. Os nossos pensamentos estão com seus quatro filhos, suas famílias e sua esposa, Jane", disse Jonny Geller, presidente da Curtis Brown Group, a agência do escritor.
John Le Carré, pseudónimo de David Jonh Moore Cornwell, foi professor de francês e alemão no colégio privado de Eton, Reino Unido, altura em que começou a trabalhar como agente do MI5, em 1958.
Em 1960 saiu do MI5 para o Ministério dos Negócios Estrangeiros tornando-se agente do MI6 (espionagem exterior) na embaixada britânica em Bona (Alemanha), de de onde publicou o primeiro romance ("Chamada para a Morte") sob o pseudónimo de John Le Carré.
A carreira de espião terminou depois de Kim Philby, famoso agente duplo britânico, ter atraiçoado alguns dos colegas revelando nomes ao KGB.
Carré tornou-se mundialmente reconhecido como autor de romances de espionagem com o livro "O Espião Que Saiu do Frio", o seu terceiro.
Entre os seus romances contam-se "O Alfaiate do Panamá", "Single & Single", "O Fiel Jardineiro", "Amigos até ao Fim", "O Canto da Missão" e "Um Homem Muito Procurado".
"Um Legado de Espiões", de 2017, recupera a personagem de George Smiley, protagonista de várias das suas obras.
Editado em 2019, "Agente em Campo" é o título do último livro de John le Carré.
As narrativas idealizadas pelo autor foram sujeitas a várias adaptações, no grande e no pequeno ecrã, sendo que se salientam "A Toupeira" (filme com Gary Oldman), "A Casa Rússia" (com sequências filmadas em Lisboa), "O Fiel Jardineiro" (filme de Fernando Meirelles com Ralph Fiennes e Rachel Weisz) e "O Gerente da Noite" (minisérie com Tom Hiddleston e Hugh Laurie nos papéis principais).
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