O movimento, formado hoje, alertou para a redução do horário de funcionamento das 20:00 para as 17:45 e para o facto de quase 5.000 utentes estarem sem acesso a cuidados de saúde devido à falta de médicos.
"A redução do horário faz com que a doença passe a ter hora. Depois das 17:45 ninguém pode ficar doente em Miranda do Corvo", ironiza o movimento, que se constituiu no dia em que se completam 40 anos da apresentação do projeto-lei que criou o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Desde o dia 11 de novembro que a Unidade de Saúde Familiar Trilhos do Dueça reduziu o horário devido "a constrangimentos e falta de recursos humanos".
A unidade está a funcionar com metade dos seis médicos do corpo clínico, depois de uma médica ter sido agredida no dia 23 de novembro durante uma consulta.
Desde o verão que aquela USF funcionava com menos duas médicas, após uma das clínicas se ter transferido para a Lousã e outra ter entrado em licença de maternidade.
No entanto, na quarta-feira, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) anunciou a contratação de duas médicas aposentadas, "o que possibilitará, já a partir de janeiro de 2019, retomar o horário de funcionamento até às 20:00".
O Movimento de Utentes do Centro de Saúde de Miranda do Corvo exigiu hoje a colocação de mais médicos, enfermeiros, administrativos e assistentes operacionais, bem como o alargamento do horário de atendimento e a reposição e garantia do direito aos cuidados de saúde.
"Preocupados com a degradação que se tem vindo a verificar ao longo dos tempos na acessibilidade, equidade e proximidade aos cuidados de saúde no concelho, gerou-se este movimento com o objetivo comum da defesa dos direitos dos utentes e na defesa e reforço do SNS", lê-se no comunicado emitido hoje.
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