Segundo o The Guardian, um estudo publicado na revista Human Reproduction revela que as mulheres com insuficiência ovárica prematura têm duas a três vezes mais probabilidades de desenvolver doenças autoimunes graves, como diabetes tipo 1, tiroide hiperativa, lúpus e doença inflamatória intestinal, em comparação com a população em geral.
A insuficiência ovárica prematura ocorre quando as mulheres com menos de 40 anos já não produzem óvulos porque os seus ovários deixaram de funcionar corretamente. Os períodos tornam-se irregulares e depois param — e algumas mulheres apresentam sintomas de menopausa. Afeta 1% das mulheres em todo o mundo.
De acordo com os investigadores, os resultados do estudo reforçam significativamente a hipótese de que os processos autoimunes desempenham um "papel fundamental" no aparecimento desta condição.
No total, os académicos finlandeses seguiram quase 20.000 mulheres durante pelo menos 12 anos. Analisaram dados de saúde dos registos abrangentes da Finlândia e identificaram quase 4.000 mulheres com menos de 40 anos com um diagnóstico de insuficiência ovárica prematura entre 1988 e 2017.
"É importante sublinhar que a maioria das mulheres com insuficiência ovárica prematura não desenvolve doenças autoimunes graves e que a maioria das mulheres com doenças autoimunes graves não desenvolve insuficiência ovárica prematura. No entanto, os profissionais de saúde devem estar conscientes do risco acrescido e os doentes também devem ser informados sobre o mesmo", explica Susanna Savukoski, médica de ginecologia e obstetrícia do hospital universitário de Oulu e da Universidade de Oulu, na Finlândia, que liderou o estudo.
Assim, uma vez que a insuficiência ovárica prematura ameaça a fertilidade, as mulheres com um risco acrescido desta condição devem considerar a possibilidade de tentar engravidar quando são jovens, afirma a médica, embora algumas doenças autoimunes possam aumentar significativamente o risco de complicações na gravidez e devam ser consideradas.
Apesar dos resultados agora apresentados, os investigadores alertam que são necessários novos estudos para confirmar o papel do sistema imunitário em todo o processo.
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