Questionada pela agência Lusa, Graça Fonseca respondeu que “o Museu da Música não será dividido em dois espaços diferentes”, como anunciara o anterior ministro Luís Filipe Castro Mendes, e vai ser todo ele concentrado na ala norte do Palácio.
“O Museu Nacional da Música há 25 anos que está instalado numa estação do Metro, em Lisboa, e finalmente julgamos que encontrou o seu lugar em Mafra, pela fortíssima ligação à música”, salientou a governante.
A ministra da Cultura falava aos jornalistas no fim da assinatura de um acordo de parceria entre o Município de Mafra e a Direção-Geral do Património Cultural, para a instalação do Museu Nacional da Música em Mafra, no distrito de Lisboa.
O investimento é de três milhões de euros, sendo um milhão de euros financiados pela autarquia.
A ministra da Cultura afirmou que a transferência do museu para Mafra “faz todo o sentido”, pela ligação histórica de Mafra à música, pela necessidade de descentralizar a Cultura e pelas sinergias que aí podem ser criadas, “complementando” a oferta cultural do monumento, composto por seis órgãos históricos e por uma das bibliotecas mais ricas do país.
Graça Fonseca explicou que o projeto vai ser desenvolvido durante este ano, e espera que em “2020 seja possível começar a obra para, até ao início de 2021”, abrir o museu ao público naquela vila.
O presidente da câmara, Hélder Sousa Silva, lançou o repto à governante para, à semelhança de outras parcerias com o Governo, ser o município a elaborar o projeto, lançar o concurso público e fiscalizar as obras.
Graça Fonseca aceitou a parceria, para a qual vai ser necessário estabelecer um novo acordo.
“A instalação do Museu Nacional da Música representa uma oportunidade para inscrever este território na dinâmica do turismo cultural”, sublinhou o autarca.
A mudança para Mafra, a 40 quilómetros de Lisboa, tem sido alvo de críticas de diferentes setores.
O Museu, atualmente instalado na estação de Metropolitano do Alto dos Moinhos, em Lisboa, tem uma das mais ricas coleções da Europa de instrumentos musicais, com um acervo composto por mil instrumentos dos séculos XVI ao XX, de tradição erudita e popular.
Fazem também parte do museu vários espólios documentais, e coleções fonográficas e iconográficas do maior relevo.
Entre os instrumentos classificados como Tesouro Nacional estão os cravos Taskin, de 1782, recentemente restaurado, e o Antunes, de 1758.
O piano Boisselot, que o compositor e pianista Franz Liszt trouxe a Lisboa, em 1845, e o violoncelo de Antonio Stradivari, que pertenceu ao rei D. Luís, são outros tesouros do museu.
O violoncelo de Henry Lockey Hill, de Guilhermina Suggia, os violinos e violoncelos de Joaquim José Galrão, os clavicórdios setecentistas das oficinas lisboetas e portuenses são outros destaques da coleção, assim os raros cornes ingleses Grenser e Grundman & Floth, do final do século XVIII, e as flautas de Ernesto Frederico Haupt, de meados do século XIX, que são exemplares únicos.
[Notícia atualizada às 20h05]
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