“A operação de conservação e restauro dos elementos decorativos passará pela consolidação, limpeza e integração pictórica, tendo em vista garantir a sua integridade e longevidade”, referiu a MMP em comunicado.

A intervenção, apoiada pela Fundação Millennium BCP, prevê ainda a valorização da sala com a introdução de elementos artísticos do pintor Rui Macedo, em diálogo com os elementos originais.

A sala vai passar a ter um projeto de luminotecnia, oferecendo aos visitantes a possibilidade de tirar um maior partido do espaço.

A intervenção, que deverá decorrer até junho de 2025, tem um valor previsto de 100 mil euros, dos quais 60 mil são financiados pela Fundação Millennium BCP à luz da lei do mecenato e os restantes pela MMP.

As pinturas de Cirilo Volkmar Machado (1748-1823), que ornamentam o teto e as paredes da sala, representam a época das chamadas Descobertas nos séculos XV e XVI.

O projeto foi iniciado em 1795/96, mas veio a ser interrompido com a partida da família real para o Brasil, em 1807.

“No ano em que se comemora o quinto centenário do nascimento de Luís de Camões, esta intervenção vem homenagear a obra do poeta restaurando o brilho e a cor de um empreendimento inspirado na sua epopeia épica”, sublinha a MMP.

A pintura do teto, datada de 1798, representa uma das primeiras evocações da história de Portugal através da perspetiva de Camões, destacando-se as figuras de Vasco da Gama vencendo o Adamastor, Pedro Álvares Cabral, Cristóvão Colombo e o Infante D. Henrique.

Datado do século XVIII, o Palácio Nacional de Mafra, mandado construir pelo rei João V, com a riqueza resultante do ouro vindo do Brasil, é um dos mais importantes monumentos representativos do barroco em Portugal, sendo por isso um exemplo de afirmação do poder real.

Possui importantes coleções de escultura italiana, de pintura italiana e portuguesa, uma biblioteca única, bem como dois carrilhões, seis órgãos históricos e um hospital do século XVIII.

O Palácio Nacional de Mafra foi classificado como Património Cultural Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em julho de 2019.